CNE reage ao Relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais

O Corpo Nacional de Escutas em comunicado salientou que a maioria dos casos foi por si reportada, manifestando ainda “total solidariedade com as vítimas e as suas famílias”. O CNE assume ainda uma política de tolerância zero para com todas as formas de abuso.

O Relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, liderada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht, foi apresentado ontem, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Este documento resulta de um ano de trabalho por parte da Comissão Independente que começou a receber testemunhos a 11 de janeiro do ano passado.

Na sessão de apresentação do relatório Pedro Strech indicou que foram validados 512 casos de 564 testemunhos recebidos, apontando a extrapolação de um número mínimo de vítimas da ordem das 4.815.

Após uma apresentação detalhada por parte de todos os elementos da Comissão Independente, Pedro Strech fez um balanço do trabalho feito, agora que a comissão cessa funções “Chegamos ao fim deste longo e também doloroso trabalho com a sensação de dever cumprido” realçando ainda que “a dor da verdade dói, mas só ela liberta”. “Falem, falem, vamos juntos pela verdade”, concluiu, deixando uma “mensagem de esperança” para todas vítimas.

O Corpo Nacional de Escutas (CNE) em comunicado saudou a iniciativa da Conferência Episcopal Portuguesa e agradeceu o trabalho realizado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica Portuguesa, com quem colaborou desde o início, e cujo relatório final foi agora conhecido.

O CNE após a divulgação destes resultados, na sua maioria reportados pela associação, manifestou ainda “total solidariedade com as vítimas e as suas famílias, e reiteramos que estamos, acima de tudo, focados no seu apoio e proteção. Lamentamos profundamente que tais situações tenham ocorrido, e reiteramos a nossa política de tolerância zero para com todas as formas de abuso.”

Reforçamos ainda que o CNE desde 2016, tem uma estrutura interna denominada “Escutismo: Movimento Seguro”, que dispõe de uma ferramenta de reporte, disponível para qualquer pessoa, associado do CNE ou não, para que qualquer preocupação ou ocorrência possam ser relatadas.

“Continuamos empenhados em promover um ambiente e uma cultura institucional em que as vítimas se sintam protegidas para reportar situações que tenham sofrido no passado ou no presente” reiterou em comunicado.

José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) ontem em conferência de imprensa salientou que este é um projeto que “não termina na Igreja” e apontou a parcerias com “outras instituições” do país.

O presidente da CEP afirmou que o relatório publicado sobre abusos sexuais na Igreja Católica “exprime uma dura e trágica realidade” reafirmando ainda que a Igreja Católica não vai tolerar “abusos nem abusadores”.

A conferência de imprensa decorreu na Universidade Católica e com a presença de todos os membros do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Texto e fotografia: Susana Micaela Santos.

 

 

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