49 anos a celebrar a liberdade de lenço ao peito

Hoje não vimos simplesmente contar-te a história do 25 de abril, mas sim a história da renovação daquela que viria a ser uma plena “escola de liberdade”.

Faz este ano, 2023, 49 anos daquele que foi o dia em que o Movimento das Forças Armadas levou a cabo um golpe de Estado, derrubando o Estado Novo. Neste dia, 25 de abril de 1974, ficou escrita na história do nosso país a revolução conhecida como Revolução de Abril ou Revolução dos Cravos e que conduziu à implantação de um regime democrático. Desde então, todos os anos se celebra o dia da Liberdade com um feriado nacional. Mas hoje não vimos simplesmente contar-te a história do 25 de abril, mas sim a história da renovação daquela que viria a ser uma plena “escola de liberdade”.

A verdade é que sinais da democratização já se faziam sentir no nosso movimento, vários anos antes do 25 de abril, não fosse o CNE guiado por valores tão importantes como a igualdade e a liberdade. Decorria o ano de 1962, quando o Conselho Nacional realizou uma revisão aos estatutos que já almejava um futuro de inúmeras mudanças, mas que nunca viria a ser implementada não tivesse esta alarmado o poder político de então. Nesse mesmo ano, enquanto se viviam tempos de censura, realizava-se, em Setúbal, o primeiro acampamento regional estruturado em sistema de patrulhas.

Em 1965, surge o esboço do que viria a ser um Conselho Regional, em Belas, ao qual se seguiram muitos outros e em 1970, é criado o Programa de Formação de Dirigentes (P.F.D) com o objetivo de preencher lacunas na formação pedagógica dos adultos, decorrendo deste a primeira divisão dos exploradores por idades num acampamento regional em Lisboa.

Já em 1973, o CNE iniciou um processo de eleição democrática dos órgãos da Junta Regional de Lisboa, ainda a um ano da implantação da democracia em Portugal. Ainda neste mesmo ano, o VI Jamboree Português em Leiria realiza-se já em formato misto, ainda que com divisão de campo por géneros através de uma estrada vigiada.

Contudo, as convicções de 1962 não foram esquecidas e nos anos seguintes, entre 1970 e 1974, estas inspiram debates sobre problemáticas como a eleição dos órgãos de direção, a participação democrática, o método coeducativo, a inclusão das raparigas no movimento, entre outros.

Decorrente destas reflexões, em março de 1974, inicia-se um processo de reestruturação da Junta Central que mais tarde se efetiva no Conselho Nacional em Fátima no verão do mesmo ano. Como consequência da revolução, neste mesmo Conselho Nacional, a Junta Central demite-se e propõe a nomeação de uma Comissão Executiva, eleita democraticamente, para preparar todas as mudanças que se avizinham no ano seguinte.  

Assim se afirmou o Corpo Nacional de Escutas na sociedade que nascia em Portugal. E neste mês, no seu vigésimo quinto dia, é tempo de celebrar a Liberdade e um passado presente que perdura na memória, honrando aquela que foi uma luta comum da história do nosso país. Assim, o nosso movimento viveu todos os anos precedentes à Revolução dos Cravos e que marcaram momentos e ações de transformação e renovação. Dia 25, é dia de celebrar a liberdade de lenço ao peito!

Sabias que?

O P.F.D realizava reuniões onde para além de se focarem temáticas de formação dos dirigentes, também se discutia acerca de posições face ao regime e até se adquiriam livros proibidos pelo mesmo, o que fazia com que muitos temessem o possível aparecimento ou infiltração de agentes da PIDE nestas reuniões.

Texto: Catarina Sousa.

Fotografia: Agr. 1237, Mondim de Basto.

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