Sabemos que todas as dificuldades encerram possibilidades de crescimento. Conhecemos que só enfrentando os obstáculos podemos crescer enquanto pessoas. No entanto, sabemos mas nem sempre nos dispomos a testarmos os nossos limites. Não foi isso que aconteceu aos pioneiros e marinheiros do Mare Nostrum presentes no nosso Acanac. Com mais ou menos vontade, lançaram-se na pista de um raide noturno que se propunha levá-los a testarem e ultrapassarem os seus próprios limites. Eram 18 kms de pistas e coordenadas, e a verdade é que nem tudo correu bem. Ou as equipas não sabiam tirar coordenadas, ou o cansaço do raide afetou-as de formas que não esperavam. Nesta linha, algumas não acabaram o raide, ou desistiram a meio. Por outro lado, houve quem achasse que o raide “era para bebés”, equipas que, sabendo que seriam as primeiras a chegar, desataram a correr no final do raide, querendo antecipar o mais depressa possível esse momento de glória.
“É difícil organizar um raide destes com tantas realidades diferentes”, confessava à Flor de Lis a equipa de organização. “Nunca conhecemos quem vem para estes acampamentos, e sabemos que o que é básico para uns será extremamente complicado para outros, por isso é sempre um desafio encontrar o meio-termo da coisa”, afirmaram à nossa reportagem.
Passava das 5h30 da manhã quando a primeira equipa chegou de volta à Sra do Amortão e deu o seu grito de equipa. A alegria misturava-se com o cansaço, e o regresso a campo foi feito em passo quase de procissão. Quanto às outras equipas, foram regressando conforme podiam a campo. Um posto feito, cinco postos feitos, as realidades eram distintas, mas o sentimento era o mesmo: o raide noturno foi um teste ultrapassado por cada um dos 4994 pioneiros/marinheiros presentes.
Texto e fotografia de: Ricardo Perna.