A adesão ao Euro na Flor de Lis

A adesão à moeda única foi mais um dos momentos marcantes da história de Portugal que a Flor de Lis acompanhou. Com páginas dedicadas à explicação desta temática, a Flor de Lis assumiu o seu papel formativo da Associação.

A 1 de janeiro de 2002, a moeda única passa a ser comum a 11 Estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal. Apenas o Reino Unido, Suécia e Dinamarca recusaram a adesão ao euro. Esta mudança trouxe esperança a melhorias na economia portuguesa, que era à época uma das economias mais pobres da Europa. A taxa de câmbio em Portugal converteu um euro em 200.482 escudos, numa etapa que ficou conhecida como terceira fase da União Económica e Monetária.

O escudo continuou a circular paralelamente ao euro até 28 de fevereiro de 2002, após um período de adaptação do país à nova moeda. Muito se escreveu à época sobre as dificuldades de adaptação dos portugueses ao euro, e a Flor de Lis não foi exceção, que dedicou em janeiro de 2002 muitas páginas da revista à explicação da nova moeda.

 

O que escreveu a Flor de Lis sobre a adesão à moeda única?

 

A edição de janeiro de 2002 começa por publicar um artigo intitulado “O Euro”, com vantagens e desvantagens da adesão à moeda única. Como vantagens, é apontada a unificação da Europa, numa só moeda, que termina com a problemática dos câmbios, que traziam muitos problemas aos emigrantes portugueses espalhados por toda a Europa. Letícia de Jesus, de Lisboa, que assina as vantagens do Euro, indica ainda que «sou a favor do euro, acredito que seja um dos impulsos que a economia portuguesa estava a precisar e se quem governa o souber aproveitar vai ser muito vantajoso para Portugal». As desvantagens são assinadas por EB, de Coimbra, que explica que a passagem para a moeda única é uma perda de uma identidade e de uma herança do passado. Indica também que as taxas de câmbio não serão estabelecidas pelo país, o que levará à perda de autonomia na condução das políticas monetárias e cambiais. Destaca que o euro trará consigo uma inflação nos preços praticados e explica que «os Chefes de Estado e de Governo decidiram a favor da moeda única, no entanto, os portugueses não foram chamados a pronunciarem-se sobre tão importante decisão, não se efetou nenhum referendo. Por tudo isto ainda sou PELO NÃO».

Páginas à frente da mesma edição, são destinadas a um dossiê, escrito por Susana Santos, com um enquadramento sobre a adesão e com exemplos práticos de conversões e arredondamentos da nova moeda «Se um café custar 85$00: Então 85$00 / 200,482 = € 0,423 Aplicando a regra do arredondamento, ficamos com 0,42. Apenas seria arredondado para 0,43 se a terceira casa decimal fosse igual ou superior a 5».

No artigo “Gerações debatem o Euro”, são entrevistadas pessoas de várias faixas etárias, de modo a perceber as suas perspectivas sobre esta mudança tão importante para o país. Em seguida, o artigo “A Radiografia do Euro” conta algumas curiosidades sobre o euro, como «O símbolo do Euro (€) é um épsilon (letra grega) minúsculo atravessado por duas linhas paralelas. A letra “E” representa o berço da civilização e a Europa, as duas linhas, a estabilidade do Euro».

São apresentadas também as diferenças de preço que continuaram a existir nos países da União Europeia. O artigo “Vamos a Contas” mostra a disparidade dos preços, onde por exemplo, o livro “Escutismo para Rapazes” custa em Portugal 3,99€ e na Alemanha 32,79€.

 Ao longos dos anos a Flor de Lis tem reservado as suas páginas para debater e informar o CNE sobre os temas atuais do país, com um carácter formativo, mas também informativo.

Texto: Cláudia Xavier

Fotografias: Gonçalo Pinto, Arquivo Flor de Lis

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