Encontro Ibérico de Guias: As conclusões das secções

Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros estiveram no passado fim de semana, 10 e 11 de maio, a trabalhar as questões do “Escutismo: Movimento Seguro” durante o Encontro Ibérico de Guias. Consulta aqui algumas das suas conclusões.

Cerca de 300 guias portugueses e espanhóis reuniram-se no Centro Nacional de Atividades Escutistas (CNAE) para o primeiro Encontro Ibérico de Guias, dedicado ao tema “Escutismo: Movimento Seguro”. Durante dois dias intensos, os jovens trabalharam em secção temas como a prevenção de dependências, bullying, segurança digital e saúde mental, culminando com a apresentação de conclusões que serão levadas ao Conselho Nacional de Representantes.

 

O trabalho em secção

Entre os Lobitos, a simplicidade da sua mensagem escondia lições complexas. Gonçalo Mendes, do Agr. 1369 de Santa Marta do Casal de Cambra, resumiu: «Se um amigo nosso estiver triste devemos ajudar». Já Duarte Barbosa, do Agr. 912 Irivo, acrescentou: «Não devemos magoar os outros e não devemos olhar só para o nosso umbigo». Os pequenos representantes eleitos, Sara Pereira do Agr. 525 S. Pedro Fins (Região do Porto) e Santiago Mata do Agr. 348 Meadela (Região de Viana do Castelo), trouxeram para a assembleia final alertas sobre os perigos digitais – «uma vez na internet, para sempre na internet» – e a importância das brincadeiras ao ar livre. Comprometeram-se a agir sempre «da melhor vontade», sabendo de igual modo que, em situações complicadas, devem chamar um Chefe ou outro adulto de confiança.

Os Exploradores, entre outros assuntos relativos à segurança no Escutismo, aprofundaram questões acerca das relações interpessoais. Mafalda Moreira, do Agr. 341 Beja, partilhou que a lição mais importante que leva consigo é «abraçar as diferenças e como é que eu vou lidar com as situações quando me são colocados obstáculos». Vicente Oliveira, do Agr. 1351 Viso, destacou a importância da vigilância mútua, «o quão importante é estarmos atentos ao outro». Os representantes – Alba Delgado, Manuel Jurado e Juan Gimenez do Movimiento Scout Católico espanhol, Rui Castro do Agr. 825 Machico (Região da Madeira) e Rodrigo Dias do Agr. 59 São Sebastião (Região de Setúbal) – enfatizaram na cerimónia de encerramento a importância de criar um ambiente seguro, inclusivo e com base na confiança. Partilharam também que nos devemos guiar pelas Leis e Princípios, pois ajudam a nortear a nossa ação, e que o uso de substâncias causa problemas «mas cada um decide sobre si».

No espaço dos Pioneiros, as reflexões ganharam maior profundidade. Mariana Martins, do Agr. 655 Redondo, afirmou: «Retiro daqui que tenho de prestar mais atenção aos meus elementos e analisar bem os seus comportamentos». Tomás Nunes, do Agr. 149 Ínsua, sublinhou particularmente as estratégias concretas que adquiriu para lidar com crises de ansiedade e dependências por parte dos seus elementos. Os representantes eleitos – Nuno Fians do Agr. 1335 Aldeia de Joanes (Região da Guarda), Tomás Tojeiro do Agr. 194 Batalha (Região de Leiria-Fátima), Joana Alvarez do Agr. 641 Beja (Região de Beja) e Sofia Pais do Agr. 890 Évora (Região de Évora) – defenderam uma cultura organizacional baseada na escuta ativa e na responsabilidade partilhada, onde os guias sirvam de espelho para os seus elementos e onde formações com profissionais externos possam dotar todos de melhores ferramentas para enfrentar os desafios complexos do Escutismo seguro. Destacaram ainda a resolução de problemas interpessoais como uma problemática de grande relevância para o trabalho em equipa, pois «conflitos ignorados geram tensões acumuladas».

Entre os Caminheiros, as discussões adensaram. Diogo Bandeira, do Agr. 489 Lourinhã, levantou o problema da inclusão na preparação de atividades que promovam o bem-estar de todos: «Como é que encontramos métodos e novas aprendizagens e novas formas de lidar com os problemas que não dificultem o trabalho de quem está a promover [as atividades]?». Beatriz Vendas, do Agr. 274 Espinho, sublinhou a importância de «pararmos um bocado e pensarmos como é que está o outro». Os representantes – Martín Quintana e Aitana Bohórquez do MSC, Gonçalo Jones do Agr. 64 S. José (Região de Setúbal) e Rui Alves do Agr. 1120 Cartaxo (Região de Santarém) – defenderam uma abordagem mais flexível ao “Escutismo: Movimento Seguro”, adaptada às diferentes idades e realidades, mantendo em mente que «ouvimos, não julgamos e ajudamos».

 

As conclusões, agora nas mãos dos representantes eleitos, seguirão para o próximo Conselho Nacional de Representantes, garantindo que as vozes destes jovens continuem a moldar o futuro do Escutismo português e espanhol.

Texto: Catarina Valada.

Foto: Gonçalo Pinto.

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