Cozinha selvagem: Saboreia a aventura, com segurança!

No pico do verão, cozinhar no campo tem regras próprias. A cozinha selvagem é um clássico escutista, mas deve ser praticada com especial cuidado durante os meses mais quentes, respeitando todas as restrições à utilização de fogo.

A cozinha selvagem é a arte de preparar refeições sem os utensílios convencionais como tachos ou fogões, usando, em vez disso, a fogueira. Para cozinhar, podes recorrer a espetos de madeira ou aço, grelhas ou mesmo papel de alumínio. É uma forma simples e engenhosa de cozinhar ao ar livre, mas que exige muito respeito pela natureza.

A fogueira ideal para este tipo de confeção é feita em ferradura, com a zona larga a alimentar as chamas e uma zona mais estreita onde se acumulam as brasas, ideais para cozer os alimentos. As brasas devem ser geridas com cuidado, puxando-se da zona de fogo para onde se cozinha, garantindo calor sem chama viva. É fundamental utilizar lenha apropriada, como freixo, carvalho, sobreiro ou oliveira.

O papel de alumínio deve ser resistente ao calor e bem fechado em torno dos alimentos, sempre com uma pequena dose de gordura para evitar que a comida se agarre. Deve ser virado regularmente, de dez em dez minutos, para assegurar uma cozedura uniforme. Já os espetos, feitos com madeira verde para não arderem, devem manter os alimentos a cerca de 10 centímetros das brasas. A distância correta evita que o exterior queime e o interior fique cru. Espetos bem feitos devem ser direitos e pouco flexíveis, e o seu suporte pode ser improvisado com forquilhas cravadas no chão, entre pedras ou entre troncos.

Num país como Portugal, onde o risco de incêndio é elevado no verão, a segurança é inegociável. É proibido fazer fogo em muitas zonas durante os meses quentes, pelo que qualquer atividade de cozinha selvagem deve obedecer rigorosamente à legislação em vigor e às orientações da Proteção Civil. Se for permitido, é essencial limpar bem a zona da fogueira, delimitar com pedras, afastar folhas e ramos, manter um balde de areia ou terra por perto e apagar totalmente as brasas no final da confeção. O solo deve ser reposto tal como foi encontrado, em respeito total pela natureza.

A cozinha selvagem é uma oportunidade para aprender e partilhar em conjunto, mas sempre com atenção à segurança e ao meio ambiente. Se não for possível acender fogo, há sempre alternativas: fornos solares, marmitas preparadas com antecedência ou jogos de culinária fria. Haja criatividade!

Texto: Catarina Valada.

Foto: Arquivo CNE.

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