NEXUS – Encontro Nacional de Delegados e Diretores CCEs, da Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade

De 12 a 14 de setembro, no Centro de Formação Padre Horácio Cura, na Palhaça, região de Aveiro, decorreu a atividade NEXUS, promovida pela Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade.

Em tempos antigos, três cidades erguiam-se numa vasta civilização que se estendia entre montanhas, campos e oceanos. Protetum Civilis, junto ao mar, era conhecida pelas muralhas sólidas e pela preparação contra desastres; Centrum Scutorum, no coração da planície fértil, prosperava graças ao trabalho comunitário e às colheitas partilhadas; e Ambientis Sustentus, rodeada de florestas e rios, vivia em harmonia com a natureza, pautando-se por princípios de justiça e sustentabilidade. Durante gerações, cada cidade floresceu graças ao seu próprio saber. Mas as mudanças chegaram: o mar invadiu Protetum Civilis, as terras de Centrum Scutorum secaram e os rios de Ambientis Sustentus tornaram-se turvos, sinal de que a criação estava em perigo.

No início, cada povo acreditou que poderia resistir sozinho, reforçando muralhas, multiplicando colheitas e decretando leis ambientais. Contudo, os esforços isolados revelaram-se insuficientes. Foi então que os sábios recordaram a antiga lenda do NEXUS – um ponto de encontro onde todos poderiam dialogar em igualdade. Pela primeira vez, os líderes das três cidades decidiram unir-se, não em busca de glória individual, mas de uma verdade maior: apenas juntos poderiam garantir a sobrevivência do seu mundo.

Foi com este imaginário que se desenrolou a atividade NEXUS, da Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade, a qual teve lugar de 12 a 14 de setembro, no Centro de Formação Padre Horácio Cura, na Palhaça, região de Aveiro. Através dos Departamentos Nacionais de –  Ambiente (DNA), Centros Escutistas (DNCE), Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (DNODS) e Proteção Civil (DNPC), a SNAS convidou todos os delegados e diretores de centros e campos escutistas (CCEs) a participar neste Encontro Nacional de Delegados e Diretores CCEs, tendo estado presentes 80 participantes, representando 13 regiões do CNE.

Este encontro teve como principal objetivo, a criação de sinergias entre estas áreas, que se interligam de forma natural e estratégica na vida escutista. Foi um momento privilegiado de partilha, formação e construção conjunta, onde se pretendeu fortalecer a cooperação entre todos. 

O DNA, apresentou os projetos de educação ambiental disponíveis, com ênfase no programa mundial de ambiente a EARTH TRIBE, assim como a oferta pedagógica de jogos criados pelo departamento e disponíveis para empréstimo às regiões e núcleos, assim como para todos os associados no site do departamento. Houve ainda oportunidade de explorar de forma dinâmica alguns temas de interesse na área, como o impacte de grandes atividades, merchandisings, alterações de uniforme e recuperação de ecossistemas pós-incêndios. Em colaboração com o DNODS, houve ainda oportunidade para acolher os novos delegados de AS das regiões e núcleos, partilhando com todos o que é esperado deste cargo, assim como a partilha de experiências e aprendizagens de alguns delegados das regiões de Évora, Madeira, Coimbra e Aveiro.

Relativamente ao DNPC, todos os temas abordados foram pertinentes e debatidos com interesse, nomeadamente “O papel do Delegado de Proteção Civil”, “Equipas de Apoio à Retaguarda”, “Geoscouts” e as “Medidas de Autoproteção” (inspeções regulares ANEPC). Foi também reforçado o papel do “Clube de Proteção Civil”, que se pretende direcionado para as camadas mais jovens, de modo que as questões relacionadas com a segurança sejam abordadas em formatos mais educativos.

A caracterização, e diferenciação, entre centros e campos escutistas, bem como aspetos de classificação de campos, nomeadamente para a ascensão a SCENES (Scout Centres of Excellence for Nature, Environment and Sustainability) foram temas abordados, e bastante participados. As normas e exigências legais que têm vindo a surgir, nomeadamente com normativos de segurança, e que devem ser implementadas, foram também temas com muita interação. As ofertas pedagógicas, do DNA e do DNODS, com projetos pedagógicos direcionados para os CCE’s, foram recebidas com agrado por todos os participantes.

O DNODS apresentou dinâmicas que relacionam os 17 ODS com cada área de trabalho dos delegados de ambiente e sustentabilidade, proteção civil, e diretores de CCEs, desafiando os mesmos a procurarem pontos de encontro e formas de desenvolver a sustentabilidade. Para complementar, o DNODS divulgou os seus projetos e materiais pedagógicos, disponibilizando recursos e jogos que poderão ser aproveitados nas regiões, núcleos e agrupamentos dos participantes.

No plenário, tivemos a oportunidade da presença de entidades externas, nomeadamente de José Canha, Sargento-ajudante da UEPS (Unidade de Emergência de Proteção e Socorro) da GNR, que abordou o tema “Medidas de prevenção e segurança em atividades de natureza” e “Prevenção de Incêndios florestais”.  Pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), contamos com o Diretor Técnico, Pedro Cuiça, com a apresentação do tema “Condução, Cuidadoria e Responsabilidade em Atividades de Escutismo”.

No encerramento do encontro que reuniu os três povos, os representantes deixaram de se ver como rivais e reconheceram-se como partes de uma mesma civilização. Para marcar a nova aliança, decidiram erguer o Marco do Nexus, símbolo da união que nascia. Cada cidade contribuiu com um elemento essencial: Protetum Civilis trouxe a pedra, representação da proteção e da resiliência; Centrum Scutorum ofereceu a semente, promessa de vida e partilha; e Ambientis Sustentus apresentou a água, símbolo de renovação e cuidado com a criação. Esses elementos foram colocados no coração do Nexus e, com as próprias mãos, construíram uma obra que representava não apenas um acordo, mas a certeza de que a colaboração entre diferentes gera algo maior do que a soma das partes.

O encontro terminou com a consciência de que o Nexus não era apenas um evento, mas uma nova forma de viver em comunidade. Os representantes regressaram às suas cidades com a missão de transformar o espírito do Fórum em ações concretas, promovendo solidariedade, responsabilidade e esperança no dia a dia. O Marco permanecerá erguido como testemunho da força da união, lembrando que a maior riqueza daquela civilização está na capacidade de superar crises quando todos se juntam em prol de um destino comum.

Texto e fotos: Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade (SNAS).

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