Sob o mote “Construir peça a peça o que sonhamos crescer”, Coimbra acolheu, no dia 1 de novembro, o segundo Mercado de Oportunidades, uma atividade que desafia escuteiros e dirigentes de todo o país a descobrir novas ferramentas educativas e projetos dentro do Movimento. O evento, que teve lugar na Escola Secundária D. Duarte, reuniu 356 escuteiros de várias regiões do país.
Para Rui António, Secretário Nacional Pedagógico, o objetivo foi simples e deu continuidade à primeira edição: «Apresentar ao CNE, desde Lobitos a Caminheiros e Dirigentes, um pouco daquilo que é a oferta de atividades que vão acontecendo por todo o país. São oportunidades para os nossos miúdos e graúdos crescerem.»
Inspirado na ideia de que cada peça é essencial para construir algo maior, o Mercado de Oportunidades foi um verdadeiro espaço de partilha e descoberta. À semelhança de uma caixa de LEGO, onde cada bloco contribui para uma criação única, a atividade mostrou como as diversas dimensões do Escutismo – pedagógicas, ambientais, internacionais e técnicas – se combinam para fortalecer o percurso educativo dos jovens escuteiros e dinamizar o trabalho das unidades e agrupamentos.
Para Rui António, esta edição destacou-se pelo aumento da oferta: «Temos mais mercadores, (…) com mais gente interessada em participar e vir mostrar aquilo que tem para oferecer aos nossos escuteiros.» Foram 113 “mercadores” em mais de 20 bancas que procuraram mostrar aos participantes «tudo aquilo que fazem nos escuteiros, fora dos escuteiros, etc, podem ser oportunidades de crescimento, podem contribuir para a construção – pegando naquilo que é o tema deste ano, o imaginário deste ano, o LEGO – do seu progresso».
A realização do evento foi possível graças ao envolvimento da Região de Coimbra, que acolheu o desafio com entusiasmo. Segundo o Chefe Regional, Nuno Canilho, a localização no centro do país «permite juntar o sul com o norte e tem boas acessibilidades», razão pela qual a região acolheu o projeto «de braços abertos».
Contou-nos Canilho que «houve um grande envolvimento da nossa Secretaria Regional de Ação Escutista, que tem a dimensão pedagógica, e que de certa maneira procurou fazer a sua parte enriquecendo o tema». A Região trouxe, também, um participante muito especial e enigmático: o gato Bonifácio, mascote da Região de Coimbra. «Nós neste triênio estamos a trabalhar um gato muito misterioso que é o Bonifácio e que nos inspira de maneira a que tem criado um sentido de identidade na região», avançou o Chefe Regional.
A atividade contou ainda com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra e da Escola Secundária D. Duarte, que cedeu as instalações.
Pelas bancas do “Mercado”
Eram 9h da manhã quando começaram a chegar os primeiros participantes ao Mercado. À entrada, os participantes receberam 5 peças de LEGO, uma pequena coleção que cresceria à medida que passassem pelas várias bancas, em cada qual recebiam mais uma peça. No fim, fizeram pequenas construções com as peças que receberam, para deixarem na árvore do Bonifácio.
Assim, entre as 10h e as 17h30, os participantes puderam explorar bancas temáticas, participar em jogos, dinâmicas práticas e workshops dedicados a diferentes áreas do método escutista. Entre os expositores da Secretaria Nacional Pedagógica (SNP) estiveram a Dinâmica Nacional de Avaliação (DNA), as Especialidades, a Insígnia Marítima, o Scouts of the World Award (SWA), Vida em Campo e o Tecoree. Já a Secretaria Internacional (SI) marcou presença com o Explorer Belt, a Portuguese Work Party (PWP) e a sua equipa de apoio internacional. A Secretaria Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade (SNAS) levou ao Mercado os seus vários departamentos – Ambiente, Radioescutismo, Proteção Civil, Centros Escutistas e ODS – bem como o Drave Rover Scout Centre (DRSC) e a Missão Cubo da Casa Comum.
A Secretaria Nacional dos Adultos (SNA) apresentou o projeto Segura-te, focado na segurança e bem-estar dentro e fora do Movimento, e a atividade contou ainda com a presença de outras entidades e centros escutistas, como o Centro de Atividades Escutistas Viriato, o Penha Centro Escutista de Guimarães, os projetos Icthus e Kimball, o grupo Vertical e o Projeto Life Leaders.
Ao longo do dia, decorreram workshops com temas tão diversos como o Método de Projeto nas quatro secções, Proteção Civil e Segurança, Radioescutismo, Caminheirismo 2.0, Explorer Belt, SWA, e ainda sessões de testemunhos de candidaturas vencedoras ao Fundo Francisco Sousa Dias e Fundo Manuel Faria.
Matilde Gaspar, Caminheira do Agrupamento 1055 Vila Flor, da Região de Bragança-Miranda, destacou o impacto que o Mercado teve na sua perspetiva enquanto futura dirigente: «Estou no meu último ano de IV e queria perceber o que posso fazer enquanto Candidata a Dirigente. Já tive a ver atividades como a PWP (Portuguese Work Party), que é muito interessante, e fiquei muito feliz de saber que posso participar enquanto candidata.»
Também Beatriz Conceição, Pioneira do mesmo agrupamento, sublinhou o caráter prático da experiência, referindo que veio ao “Mercado” «aprender novas coisas, novas técnicas escutistas e coisas que se calhar no agrupamento não aprendemos tão bem.» «Aprendi com os escuteiros marítimos os nomes de várias coisas dos barcos e estivemos a fazer uma prova do Tecoree (…), onde tivemos que trabalhar em equipa e ter um esforço para nos conseguirmos entender todos.»
Sob o mote “Construir peça a peça o que sonhamos crescer”, o Mercado de Oportunidades, que surgiu em 2024 para dar corpo ao padlet de Oportunidades Educativas, desafiou escuteiros e dirigentes a olhar para cada projeto, especialidade ou iniciativa como uma peça essencial na construção do seu caminho dentro do Escutismo.