A Nobre Casa da Cidadania homenageia cidadãos portugueses pela prática de atos nobres e desta vez um dos contemplados foi Carlos Alberto Pereira, antigo Chefe Nacional do CNE.
Carlos Alberto Pereira, à altura Chefe Nacional, estava de visita ao Rover Açoriano, atividade regional de caminheiros que se realizou entre 26 e 31 de julho de 2010, na ilha de S. Jorge – Região Autónoma dos Açores. Enquanto visitava o campo o Miguel, neto de três anos de idade de uma das dirigentes presentes em campo, caiu acidentalmente num dos lagos que estava coberto de vegetação. Carlos Alberto Pereira, testemunhando a queda correu para salvar o pequeno Miguel e saltou para o lago e retirou a criança que estava submersa na água, debaixo da imundície e lama que tapava a água.
Depois do Chefe Regional, Manuel Pires Luís, ter tomado conhecimento do acontecimento sucederam-se os agradecimentos e desde então que pretendiam divulgar e difundir o ocorrido nesse dia, não só por todo o CNE, como também junto das entidades que reconhecem atos de heroísmo a nível nacional. Foi desta forma que o ato chegou à Nobre Casa da Cidadania que, depois de analisar o ato, decidiu homenagear o dirigente Carlos Alberto Pereira.
O CNE fez-se representar na cerimónia através do atual Chefe Nacional, Norberto Correia, que aproveitou o momento para proferir também algumas palavras a propósito da influência do escutismo no desenvolvimento dos jovens e na educação para a cidadania. “O Escuta é filho de Portugal e bom cidadão: este é um dos princípios que regem a vida dos escuteiros e que o CNE propõe como modo de vida a todos os jovens”, explicou. Marcou também presença na cerimónia o Chefe Regional dos Açores, Manuel Pires Luís, em representação da região proponente.
Quando questionado sobre o que sentia em relação à homenagem que lhe estava ser prestada Carlos Alberto Pereira sentia-se grato não por ele mas acima de tudo porque esta é também uma forma de homenagear o CNE. “É um sentimento misto. Por um lado sinto que eles não atenderam ao meu pedido, por mim tinha ficado ali. Por outro lado, também sei que este foi sobretudo um ato de amizade, um ato para dar visibilidade não a mim mas ao escutismo e, nessa perspetiva, tenho que reconhecer e estar grato. Estas coisas acontecem quando temos a felicidade de estar no sítio certo, quando temos a felicidade de ser mais rápido do que os outros, que foi o que eu fui, e quando as coisas correm bem”, destacou.
Carlos Alberto Pereira não quis deixar passar o acontecimento sem sublinhar a ação a Nobre Casa da Cidadania. “No movimento e na sociedade há imensos atos dignos destas homenagens e uma palavra aqui à Nobre Casa da Cidadania pela iniciativa que teve de valorizar cidadãos comuns estando no projeto, como os próprios escuteiros, sem esperar outra recompensa”, contextualizou.
O evento que decorreu no Aquartelamento do Comando da Brigada de Intervenção do Exército, em Coimbra, contou com a presença de representantes do Estado Maior das Forças Armadas e com da Direção Geral de Educação.
Texto e Fotografia de: Ana Silva.