D. José Ornelas tomou posse, neste domingo, na Diocese de Setúbal, uns dias antes falou com a Família Cristã e fez questão de destacar o papel que os escuteiros têm na sociedade, fazendo a ponte com a última Encíclica do Papa Francisco Laudato Si’.
Daquilo que eu sei [o escutismo] é dos movimentos juvenis mais vivos, disponíveis, abertos, e que representam uma mais-valia muito importante para a igreja e para a sociedade da diocese. (…) O ideal do escuteiro eu nunca o fui (risos), porque naquela altura as fardas custavam muito é esta aproximação de respeito pela vida, pela natureza, e o Papa voltou a pôr à consciência da Igreja e da sociedade todo o problema ecológico, e os escuteiros são muito fortes nisso, afirmou D. José Ornelas.
Numa chamada à ação D. José mencionou também o desemprego e a atitude que todos devemos ter perante a situação. Particularmente nesta sociedade, onde mais de 30% dos jovens estão desempregados, é preciso este serviço do escuteiro. Às vezes brincamos muito com a questão do escuteiro, da boa vontade, que quer fazer favores, que é a dimensão da solidariedade criativa. Acho que este é um espírito que nos faz falta hoje, onde corremos o risco de nos deixarmos cair na lamentação dos pequenos. Coitadinhos, desampararam-nos, não temos isto, não temos aquilo. Sim, mas vamos começar a ver o que temos, disse, especificando com o exemplo do escutismo: Escuteiro é aquele que está sempre alerta, desperto, que é criativo, que saber improvisar para viver, que sabe fazer caminho. O escuteiro, por natureza, não se deixa ficar acomodado em frente à televisão, mas sai para o mundo real a confrontar-se com a dureza do terreno, a saber preparar as suas refeições. Este é o tipo de gente que precisamos.
D. José Ornelas terminou afirmando que o caminho da revolução evangélica é o de aceitar o que Deus tem para nos dar. Quando nos pomos nessa disposição [de dar], nada vai faltar. Quando aceitar que o que dispõe recebeu de Deus, que foi bom para consigo e que, por isso, do mesmo modo vai partilhar com os outros, concluiu.
Texto de: Rita Penela com Ricardo Perna. Fotografia de: Radio Vaticano.