A atividade contou com a participação de 71 caminheiros e companheiros e 14 dirigentes sob o tema (In) visível, foram desafiados a viver as 14 obras da misericórdia.
“Olho-me ao espelho. Este ano tem sido feito de desafios, obstáculos, de contratempos. A imagem é distorcida. Não consigo perceber bem quem sou e o que vejo. Faço a mochila e ponho-me a caminho. Levo as dúvidas, as incertezas, as saudades, o cansaço, levo aquilo que sou. Ponho-me a caminho e sei para onde quero ir, mas tenho medo. Os caminhos são dúbios, pregam-nos partidas, tornam o certo incerto… suspiro fundo. Aceito o que Deus tem para mim, darei o meu melhor.”
Após terem sido reunidos por tribos juntando as sete peças do tangram de cores diferentes, partiram em raide. Neste primeiro momento tiveram a oportunidade de viver as sete obras corporais. A destacar o momento em que desmembraram as tribos para viverem a segunda parte do raide em clã, juntado o tangram por cores iguais.
Viveu-se o desafio da mudança e da dificuldade do caminho. Ao chegar ao farol da Figueira da Foz viveu-se o momento alto, olhando e ouvindo o mar, ouvindo a música, viveu-se o dia de forma individual e intensa.
No domingo, cada um dos clãs, foi convidado a viver as sete obras espirituais. Assim, partiram para a rua, para a comunidade, e desafiaram as pessoas a viverem com eles estas sete obras. Num momento de partilha, chamado o “Momento visível”, cada um dos clãs partilhou o seu dia.
O momento da Eucaristia foi um momento mágico, sendo um momento íntimo, de grande cumplicidade entre todos, onde se pôde reconstruir o farol com as peças do tangram, mas agora cheias de histórias.
“Ouço o som do mar, uma voz que canta, lágrimas que correm, doridas e magoadas. Pergunto-me o que faço, para onde caminho, serão certas as escolhas?
Olho-me ao espelho. Vejo-vos. São parte de mim, são a razão das minhas escolhas, são os que me fazem sentir que tudo está certo, os que me fazem crescer, rir, chorar de alegria, limpar a minha alma. Continuem a arrancar sorrisos às crianças, a ensinar senhoras de 92 anos a escrever bonita, a espalhar a mensagem de amor, a rezar, a perdoar, a aceitar. Homens novos, que radiam a luz do farol através dos seus corações.”
Texto de: Ana Pinto. Fotografia de: Kabrode.