A revista Forbes desenvolveu um artigo onde numera quais são os 10 pontos fortes ao contratar um escuteiro.

Da mesma forma que “proficiency” garante um alto nível de Inglês, a leitura de um currículo de uma pessoa que tenha sido escuteira garante que tem algumas competências-chave para o mercado de trabalho.

Estes são os 10 pontos fortes que vai encontrar se contratar alguém que tenha sido escuteiro. E eles não têm nada a ver com habilidades comerciais associadas à antiquíssima e errónea imagem das crianças uniformizadas a venderem bolinhos.

Sabe trabalhar em equipa. Pode chegar a ter 15 anos de experiência de trabalho em equipa, sempre com respeito pelo outro como valor transversal. Montar uma tenda ou organizar um acampamento de verão para 200 crianças voluntariamente. A aprendizagem no escutismo é, por natureza, cooperativa e por projetos.

É criativo. Levou muitos anos para encontrar soluções criativas para situações adversas. Teve de improvisar tetos durante tempestades imprevistas, inventar um jogo de Vikings que motiva 100 crianças durante 15 dias, ou montar uma campanha de angariação de fundos para cobrir os custos de um campo de trabalho na Síria.

Respeita os seus valores e a sua palavra. Está habituado a programar e realizar atividades baseadas nos valores escutistas que têm um enquadramento bem definido (algo como o “código de ética” a que nos referimos no mundo profissional). Isto gera a necessidade de acreditar nos projetos de que faz parte e alinhá-los com os seus interesses e paixões. A verdade, nobreza, justiça, solidariedade e respeito pela palavra dada são valores inabaláveis dentro deste quadro de ação.

Sabe liderar e ser liderado. Desde os 6 anos que tem prática em tomar decisões e a trabalhar em vários projetos ao mesmo tempo; em alguns dos quais foi líder e em outros foi liderado pelos seus companheiros. Quando lidera, fá-lo com consenso, confiança, colocando-se na pele dos outros e sendo consistente com suas decisões. Quando é liderado, trabalha em conjunto com respeito, promovendo o consenso e coesão.

É compreensivo. Como numa empresa, num agrupamento de escuteiros convivem todos os tipos de crianças (meninos e meninas), com diferentes idades, habilidades e interesses. A empatia desempenha um papel essencial para a coexistência e ajuda mútua. Um escuteiro tem conhecimento de que nem todos têm o mesmo peso na mochila, mas ele é distribuído de acordo com as capacidades de cada um, ou a melhor excursão não é a que nos leva mais alto mas sim a que está ao alcance de todo o grupo.

Aprecia o esforço. Desde muito cedo que as atividades da vida de um escuteiro, intimamente ligadas à natureza, têm a intenção de fazê-lo aprender a cuidar de si mesmo, para se superar mesmo quando pensa que não tem forças para dar mais um passo, a sorrir para as dificuldades e esforçar-se para conseguir o que quer.

Sabe definir objetivos e avaliá-los. Desde os 6 anos de idade que tem prática no estabelecimento de metas, tanto pessoais como em equipa e em seguida a autoavaliar e receber a avaliação dos outros. O feedback é construtivo é, portanto, uma prática que escuteiros dominam perfeitamente quando iniciam a sua vida laboral.

É generoso. “Dar” e “partilhar” são os verbos mais presentes na vida de um escuteiro. Água do seu cantil não é a sua, mas de quem dela necessitar, e um dirigente pode chegar a gastar 1.000 horas por ano como voluntário, dedicando-se a educar crianças a serem pessoas melhores.

Luta contra a injustiça. Com o slogan “deixa o mundo melhor do que o encontraste,” a pedagogia escutista baseia-se na ideia em que as crianças são capazes de compreender e praticar o seu potencial para melhorar o seu meio envolvente, resolvendo com bravura os desafios que têm de enfrentar, sem desviar o olhar das injustiças e fazendo algo para mudá-las.

É uma pessoa de “recursos”. Tem vasta experiência a dinamizar reuniões, inventar um jogo para resolver um conflito, falar em público ou a encontrar a empresa mais barata para alugar uma carrinha. É aventureiro e dinâmico, e está acostumado a resolver problemas de diferentes dimensões.

Não são essas habilidades que todos desejamos em pessoas que integram as nossas equipas?

– Se foste escuteiro ou dirigente, coloca no teu CV e a aborda o tema nas tuas entrevistas de trabalho.

– Se está à procura de talentos, não perca de vista as vantagens competitivas de um escuteiro.

– Se é pai ou mãe e quer criar seus filhos com habilidades tão essenciais: inscreva os seus filhos nos escuteiros, mesmo que isso signifique ter de acordar cedo aos sábados.

* A fiabilidade destes princípios é proporcional ao número de anos como um escuteiro e é significativamente maior se tiver sido dirigente (educador).

Texto de: Ana Sáenz de Miera. Tradução de: Lara Serafim. Fotografia de: Revista Forbes.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


O período de verificação do reCAPTCHA expirou. Por favor recarregue a página.

Website protegido por reCAPTCHA. Aplica-se a Política de Privacidade e os Termos de Serviço da Google.

“Xico Maia”, partiu o nosso contador de histórias

Francisco Maia, carinhosamente conhecido como “Xico Maia”, partiu hoje para o eterno acampamento. Foi uma figura central no desenvolvimento do Corpo Nacional de Escutas (CNE) em Portugal. A sua dedicação ao Escutismo Católico Português é amplamente reconhecida e será sempre recordado como um exímio contador de histórias.

Flor de Lis
Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer-lhe a melhor experiência possível. As informações das cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você volta ao nosso site e ajudar a nossa equipa a entender quais as seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Mais informações sobre nossa Política de Privacidade