A parte mais difícil desde Acanac já aconteceu: o encerramento.

Depois de uma semana de tanto conhecimento partilhado e amizades para manter, os participantes dividiam-se entre as saudades de casa e a vontade de prolongar aquele que foi o maior acampamento escutista em Portugal.
Largos minutos antes da cerimónia de encerramento, já a Arena do Futuro se completava com lobitos, exploradores, pioneiros e caminheiros. Para entusiasmar a multidão que se ia formando, subiram ao palco quatro animadores, cada um com uma das cores alusivas de cada secção (amarelo, verde, azul e vermelho) que, com algumas dinâmicas de animação escutista, entretinham quem marcava já lugar.

O início oficial da cerimónia foi recebido com a apresentação dos vídeos diários realizados durante a atividade. Todos os escuteiros se mantinham atentos, aplaudindo e gritando quando algum elemento seu conhecido aparecia na tela gigante. Seguiram-se algumas danças protagonizadas por pequenos grupos das várias secções, intercaladas com vídeos sobre alguns campos dinâmicos deste Acanac, como o Campo Náutico ou o 7Sentes. O ambiente era acolhedor entre todos, mas também de alguma concorrência. Quando os lobitos gritavam “Eco Eco Eco-Heróis”, os exploradores respondiam com um “A 2ª é quem manda aqui”. Os pioneiros mantinham um “Pio Pio Pio Neiros Neiros Neiros” em uníssono e a 4ª secção desafiava estes com um “O sonho do pioneiro é ser caminheiro”.

Após a visualização já nostálgica dos vídeos, foi altura de cada secção fazer uma apresentação de caráter mais individual. Os lobitos presentearam-nos com uma música, ensinando-nos que “O Mundo vai ter de brilhar” e que temos de avançar, com leveza e simplicidade para abraçar o futuro. A segunda secção exibiu um pequeno teatro, onde a Árvore da Vida foi destaque. Em concordância com o imaginário deste acampamento, recordaram-nos que “O Planeta precisa de uma geração sem medo de ser feliz”.
Por sua vez, os pioneiros abraçaram o futuro em palco com uma canção composta por eles mesmos, deixando uma mensagem da importância do escutismo nas nossas vidas e de termos outros que nos acompanhem neste abraço. “Não caias no erro de querer partir sozinho. Dá um passo para a frente, mas não troques os passos. Não te enlaces, cria laços” cantavam em palco, rematando com um “Não vivas do escutismo, faz do escutismo vida”.

A última apresentação esteve reservada para os caminheiros onde, um pequeno grupo, ao som do tema de abertura da famosa série Game of Thrones, se juntou em palco, cada elemento carregando um cubo que, em conjunto com todos os outros formava um cubo gigante. Neles, estavam os nomes das várias regiões, lembrando-nos que, nós próprios, somos todos pequenos cubos mas, juntos, formamos um cubo gigante, tal como o movimento escutista, constituído por tantas pessoas provenientes de sítios tão distintos. A sua atividade era toda baseada na hashtag “Liga_te” e, por isso, os caminheiros terminaram com uma apelo a todos “Liguem, religuem, interliguem e hiperliguem na concretização da cooperação”, afirmaram.

Era, assim, hora de discursos de dois chefes que tiveram um papel muito importante para fazer este Acanac acontecer: o Chefe de Acampamento, Manuel Augusto, e o Chefe de Campo e Chefe Nacional, Ivo Faria.
Manuel Augusto agradeceu às entidades nacionais e locais, à equipa que teve consigo no planeamento e construção de infraestruturas, atividades e animação e aos 3.800 dirigentes que aqui estiveram no Acanac e garantiram o seu êxito. “Sejam sempre felizes e, através dessa felicidade, construam a felicidade dos outros. Estejam, também, sempre disponíveis para, no vosso futuro, abraçar os desafios que esse futuro traz”, rematou em apelo aos participantes.

Ivo Faria, por sua vez, pediu a todos que repetissem consigo em uníssono “O Futuro sou eu”, recordando que aquilo que aqui estivemos a fazer foi “crescer” e abraçar o futuro com conhecimentos tão importantes nas mais variadas áreas. “Vocês são a geração do futuro. São vocês que, em 2030, serão escuteiros. Que vão estar a lutar e a defender o nosso mundo. É o futuro (vocês) que abraça o mundo”, afirmou, acrescentando ainda que “ninguém se esqueça de levar estes conhecimentos para casa” e começar a fazer a diferença para um mundo melhor. Em conjunto com Manuel Augusto, declarou como encerrado este 23.º Acanac, o que levou alguns dos elementos da multidão a emocionarem-se e abraçarem quem tinham conhecido.

Mas se acham que a cerimónia ficou por aqui, desenganem-se. Não ia ser desta maneira que os cerca de 21.500 escuteiros se iriam despedir desta grande atividade. O palco ganhou novamente vida quando, após um minuto de escuridão apareceu o logótipo dos D.A.M.A, que levou a multidão jovem ao rubro. O concerto foi muito animado e, na plateia, o público cantava a plenos pulmões os grandes êxitos da banda.

Para finalizar, o baixista e o baterista da banda, ambos antigos escuteiros, pegaram nos microfones e entoaram a Oração do Escuta à capela, o que deixou os jovens muito satisfeitos por os seus ídolos saberem, também, uma oração que, a eles, lhes diz tanto.

A plateia dispersava-se para as suas tendas após o fim do concerto, com vontade que o próximo Acanac fosse já no mês seguinte. Ana Beatriz, lobita do Agrupamento 228 – Senhora da Conceição, afirmava que o Acanac tinha sido “a melhor coisa que me aconteceu na vida”. Já Leonardo Pedro, explorador do Agrupamento 510 – Cacilhas, recordava que o Acanac tinha sido “uma experiência única” que o permitiu “fazer atividades que nunca fizemos, como conhecer pessoas de diversas zonas do país e até de fora, conhecer comidas típicas de outros países e outros sotaques”.

Para trás, ficava o desejo de voltar e crescer mais e a missão de levar toda a aprendizagem para casa. Quem anda com um lenço ao peito, nunca dorme. E neste abraço ao futuro temos todos de estar bem acordados para que a nossa missão seja bem-sucedida.

Texto de: Bruna Coelho. Fotografia de: Joana Moreira .

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