«Todos juntos somos aquela corda que une»

A equipa da Flor de Lis esteve à conversa com o chefe de acampamento do 24ºACANAC, o Célio Santiago, para perceber de que forma foi preparada e implementada esta atividade.

Flor de Lis: É o teu primeiro ACANAC e a tua primeira vez como chefe de acampamento. Como é que está a ser a tua experiência?

Célio Santiago: É verdade, é o meu primeiro ACANAC e a experiência está a ser muito boa, apesar de nós termos, como qualquer acampamento, iniciado com algumas dificuldades. Mais gente, mais estrutura, mais logística, implica um impacto maior, mas acho que nós, como escuteiros conseguimos ultrapassar todas essas dificuldades e todos esses detalhes.

Flor de Lis: E quais são os desafios que tu enfrentas quando estás a organizar e a preparar este acampamento?

CS: O meu maior desafio é estar a observar as coisas muito no terreno, sou uma pessoa de campo e a minha maior dificuldade é não poder descer cá abaixo e olhar os escuteiros nos olhos, mas acho que tenho conseguido e acho que nós todos conseguimos fazer a diferença quando saímos dos gabinetes onde estamos. Gabinetes, tendas ou seja o que for e as coisas acontecem e alguém pede ajuda e tu respondes.

Flor de Lis: Como é que estás a avaliar este acampamento até agora?

CS: Eu estou a avaliar isto muito bem, apesar de termos tido grandes dificuldades, mas também olho para estas dificuldades como desafios que nos ajudam a perceber, a melhorar e a aprender para mais tarde podermos pôr em marcha, portanto, acho que é sempre positivo.

Flor de Lis: Exatamente, enfrentar os desafios para aprendermos e melhorar no futuro. Se pudesses descrever o ACANAC numa palavra, qual seria?

CS: Fantástico.

Flor de Lis: Porquê?

CS: Eu acho que é fantástico porque não está em causa o acampamento em si, mas o caminho que nós fazemos para o acampamento e esse caminho é o que eu dizia há bocado: se nós andarmos à procura dos escuteiros, no meio deles acabamos por perceber que podemos fazer a diferença e fazer a diferença é dar uma informação, é ajudar…e é isto. Eu se calhar ajudei pessoas que não me conhecem, eu não as conhecia, mas acabamos por fazer a diferença…e este contacto que nós fazemos uns com os outros, acaba por ser uma mais-valia. Criamos aqui um impacto que faz eco em todo o resto do acampamento e nas pessoas. Acho que criamos impacto.

Flor de Lis: Uma mensagem para os 18 500 escuteiros em campo.

CS: Olha, para os 18 500 escuteiros em campo, dirigente toda a malta que está a ajudar…é um gosto enorme, uma alegria enorme, poder observá-los a resolver, a comunicar, a criar…é fantástico. Uma palavra para eles é um “Obrigada”. Obrigada por serem simples e não complicarem muito. Nós não podemos complicar o escutismo e de facto isto é uma festa. Muita gente olha para isto que tem que ser igual ao do agrupamento, mas não. Isto é de facto uma festa em que nós nos juntamos todos. Como exemplo posso dar a polipedestra que nós construímos, cada um de nós, é um pilar. Todos juntos somos aquela corda que une e que nos deixa fixos e a aguentar tudo aquilo que nos aparece pela frente. Isto é fantástico, o escutismo é fantástico porque é mágico. A magia que nós vemos aqui à nossa volta é brutal.

Texto: Mariana Marques

Fotografia: Nuno Martins

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