
Porto acolhe encerramento do 16.º World Scout Moot
Mais de sete mil jovens celebraram o final de dez dias de escutismo internacional nos Jardins do Palácio de Cristal. O 16.º World Scout Moot terminou ontem, a 3 de agosto.
Se assinas a Flor de Lis, já reparaste que temos um novo artista a pintar a última página da nossa revista. Vem conhecer Alexandre Gouveia, o cartoonista da banda desenhada da Flor de Lis!
Flor de Lis (FL): Vamos começar por falar um pouco de ti. Como começou o teu percurso no meio artístico?
Alexandre Gouveia (AG): Bem, eu sou um miúdo do Barreiro com um percurso artístico desde… Desde a primária, basicamente. Ou melhor, eu comecei a desenhar basicamente na altura em que comecei a andar. E como a minha família é toda virada para as artes, foi só natural. Ficava nos intervalos a desenhar. Os meus cadernos irritavam os professores, porque tinham sempre desenhos nos cantos…
Depois da preparatória, fui para a Escola Secundária de Santo André onde tirei Artes e fiz o passo para decidir não estudar em Portugal. Decidi ir para Nottingham, no Reino Unido, tirar um curso de Arte Conceptual para não só aperfeiçoar as minhas habilidades no digital, que até à altura nunca tinha tocado muito bem, mas também para aprender outras coisas como por exemplo 3D, história da arte, como é fazer certas decisões com certas personagens, com certas cores, a teoria toda. Foram três anos em Inglaterra a estudar isso.
Quando saí do curso, comecei a fazer trabalhos aleatórios, desde álbuns de artistas aqui do Barreiro, pessoas a pedirem-me pinturas, pessoas a pedirem-me autocolantes, pessoas a pedirem-me tatuagens, tudo o que basicamente me permitisse desenhar.
FL: Como é que descreves o teu estilo artístico?
AG: Tirando o facto de que adoro a anatomia, adoro o corpo humano, adoro esticar em perspetivas e adoro moda que interpreta o corpo humano de formas interessantes, o meu estilo artístico é muito “mestre de nenhum, bom em todos”, quase. Gosto de pensar que não me enquadro numa caixa, mesmo que algumas vezes provavelmente me ajudasse a especificar o meu trabalho. Eu gosto de explorar vários estilos. Gosto de ir para o realismo, para o cartoon… E gosto de misturar os dois. Isso permite-me aceitar vários tipos de trabalho que me acham interessante. O que eu gosto mesmo é de desenhar, não de desenhar algo em específico.
FL: E como é que surgiu a oportunidade de trabalhares connosco?
AG: Uma pessoa que antes era presente na minha vida tinha uma amiga que precisava de alguém para fazer a banda desenhada da Flor de Lis. Eu voluntariei-me e em dois ou três dias fiz o que precisavam. Gostaram e aqui me encontro há quase sete meses a fazer banda desenhada para a Flor de Lis.
FL: Tu não és escuteiro nem nunca foste. Qual é o maior desafio de criar de raiz uma banda desenhada para nós?
AG: Nunca fui escuteiro, mas não foi por nunca ter tido interesse; nunca fui uma pessoa religiosa, digamos assim. Mas os meus pais e os meus tios foram todos escuteiros. Durante a minha vida fui acompanhado por escuteiros, sempre partilharam comigo o que faziam e eu gosto muito de ouvir as histórias, é sempre engraçado. Portanto já tinha algum conhecimento do que acontecia nos acampamentos, o que acontecia nas missas, o que acontecia entre amigos, quais são as piadas que eles têm entre eles… É esse o conhecimento que eu mais levo para usar nestas bandas desenhadas.
O mais desafiante é mesmo as coisas específicas. Por exemplo, que cor é os chefes usam. Os escuteiros marítimos operam de certa maneira, os escuteiros “normais” operam de outra, têm os dois uniformes diferentes. Os distintivos têm de estar exatamente num sítio. Isso pergunto ao Dr. Google ou a quem conheço os escuteiros.
FL: E que mensagens pretendes transmitir com as tuas BDs?
AG: Como tudo na vida, eu tento abrir as portas à inclusividade em todos os aspectos. Eu gosto de defender que uma pessoa não deve ser abandonada ou excluída devido a algo que não tem controlo, seja a sua cor de pele, a sua orientação sexual, etc. Portanto incluir isso tudo na minha arte é importante para mim.
Tento retratar o psíquico das crianças, o porquê de funcionarem assim. Quero mostrar uma mensagem de «Somos todos iguais, estamos todos aqui para nos divertirmos. Bora montar umas tendas e fazer umas construções. Bora divertir-nos como um grupo e tentar ajudar o mundo», que é basicamente a mensagem dos escuteiros.
Entrevista: Catarina Valada.
Fotos: cedidas por Alexandre Gouveia.
Mais de sete mil jovens celebraram o final de dez dias de escutismo internacional nos Jardins do Palácio de Cristal. O 16.º World Scout Moot terminou ontem, a 3 de agosto.
Durante quatro dias os participantes do 16.º World Scout Moot estiveram distribuídos por 118 rotas espalhadas por todo o território nacional.
Se vais estar em Roma para o Jubileu da Juventude não podes perder o “Tracce di speranza” (Traços de Esperança).
Enquanto Rovers de todo o mundo exploram o nosso país em mais de 100 rotas, vamos descobrir algumas curiosidades sobre esta grande atividade internacional promovida pela Organização Mundial do Movimento Escutista. O que é, afinal, o World Scout Moot?
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