O CNE acolheu o aniversário da Confederação Portuguesa do Voluntariado, que contou com a presença do Ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares.

A sede nacional recebeu no Espaço 34 a CPV que comemorou cinco anos de existência. As diversas organizações confederadas marcaram presença neste evento e, Eugénio da Fonseca, presidente da CPV, saudou «todos os voluntários» por persistirem na dinamização das suas atividades, mesmo em condições adversas. O presidente da CPV referiu que «o trabalho do voluntário de proximidade ainda não está assumido na sua dignidade própria» e que «a legislação sobre o voluntariado precisa de algumas alterações importantes».

O ministro da Solidariedade e Segurança Social explicou que é o momento de rever a legislação porque «a lei portuguesa tem 13 anos» e o «Estado tem que criar condições para que o voluntariado exista e possa ser […] incentivado». Para Pedro Mota Soares a definição de voluntariado encontra-se «quando nós passamos do eu solitário ao nós solidário» o problema é que em Portugal «temos muito aquela tendência nacional de que o ano europeu é muito importante, mas quando o ano europeu acaba, esquecemos. E eu acho que deveríamos fazer exatamente o contrário». O ministro destacou ainda que é preciso «criar condições para estimular o voluntariado» e que o Governo está a preparar um Plano Estratégico para dinamizar estas temáticas. Outra questão a ser trabalhada é «o facto do seguro social do voluntário estar limitado para pessoas a partir dos 18 anos» esta é «uma tarefa do governo» considera o ministro da Solidariedade e Segurança Social.

Nesta cerimónia, Pedro Mota Soares lançou um desafio profissional porque o currículo «Europass não tem do ponto de vista europeu nenhum quadro específico sobre as matérias de voluntariado. Eu acho que isso é um erro e já tive oportunidade de o dizer diretamente até ao comissário europeu destas matérias» mesmo nas escolas «os diplomas que são emitidos […] também deviam ter um campo onde cada um dos estudantes pudesse inscrever o que faz de voluntariado». Ao longo do discurso, o ministro referiu que o «o que é verdadeiramente a marca do voluntário é o carácter desinteressado» pela economia, e que é isso que é «identitário num voluntário».

Por outro lado, Elza Chambel, presidente do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV), explicou que o «Ano Europeu do Voluntariado não fechou no final do ano, porque os voluntários vão continuar a fazer o seu trabalho». Em Portugal, «ainda há muita gente que faz o trabalho de voluntário e que nem sequer se considera voluntário», considera a presidente da CNPV, que diz ainda que «os voluntários estão a sair da casca».

A cerimónia permitiu que houvesse um momento de interação com o público, o que permitiu que os diversos dirigentes associativos colocassem as suas questões a Pedro Mota Soares.
Texto de: Cláudia Martins. Fotografia de : João Matos.

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