Campo Escutista de Tavira recebeu distinção de “Campo de Excelência”

O Campo Escutista de Tavira (CET) recebeu no dia 2 de julho a distinção de “Campo de Excelência”, atribuída pelo Departamento Nacional de Centros Escutistas (DNCE) do Corpo Nacional de Escutas.

À margem da atividade ‘CEARA’ (que está a decorrer naquele espaço desde aquele dia até amanhã 06 de julho) a sessão de entrega contou com a presença de três representantes da Junta Central do CNE: o chefe José Rodrigues, Secretário Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade, chefe Sérgio Mouta, adjunto do Secretário Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade, e o chefe António Rendeiro, do Departamento Nacional de Centros Escutistas. 

José Rodrigues explicou que aquela distinção é o “reconhecimento do trabalho que foi feito”, ou seja, de que aquele campo “tem infraestruturas e condições para a realização de atividades em segurança, bem-estar para os seus utilizadores”, mas também “inclui a responsabilidade” de manter os “princípios ambientais de preocupação com o espaço e com a preservação do meio ambiente”. “Essa responsabilidade é da chefia de campo, mas também é de qualquer um de vocês”, deixou claro aos cerca de 40 escuteiros do Agrupamento 100 – Tavira de CNE presentes na cerimónia.

Aproveitando também a presença de autarcas tavirenses, aquele responsável nacional do CNE destacou o valor do investimento nos jovens do concelho. “Aquilo que estão a fazer é investir nos jovens do vosso concelho e fazê-los crescer”, afirmou, destacando a importância de “ter um conjunto de jovens disponíveis para fazer a diferença no amanhã”, sendo “jovens que vão aprender, que vão crescer mais saudáveis, com mais conhecimento”. “Vão ser os verdadeiros beneficiários do trabalho que aqui foi feito, mas o concelho e a freguesia mais tarde também colherão os louros deste trabalho”, considerou.

Ao Folha do Domingo, José Rodrigues explicou que o CET veio “colmatar uma falha muito grande que existia”. “É uma resposta muito boa para o sul do país e vai ser uma grande ajuda”, considerou, acrescentando que o CNE conta no país com cerca de 70 campos, uns daquela envergadura e outros com menos infraestruturas. A sul de Lisboa, para além do CET, existe apenas o Campo Técnico Escutista – Monte do Paio, em Vila Nova de Santo André, mas de menor dimensão, e a Casa do Escuteiro, no concelho de Lagoa, ligada à Fraternidade de Nuno Álvares, associação de antigos filiados no CNE, que é um Centro de Acolhimento de Atividades Escutistas criado na antiga Escola Primária de Alfanzina, no Carvoeiro.

O vice-presidente da Câmara de Tavira destacou aquela atribuição como o “culminar de um processo bastante trabalhoso de muitos anos para dotar o espaço das condições que ele tem”. Eurico Palma lembrou que o município “desde o primeiro momento foi-se associando” no apoio, de acordo com as suas responsabilidades, para que aquele “sonho” fosse possível.

“Dotar este campo de uma placa de excelência para nós todos é um orgulho. É um orgulho para Tavira e para o município porque fica aqui um equipamento que servirá não só para aqueles que hoje estão aqui, mas para as gerações vindouras”, prosseguiu, acrescentando: “Continuamos disponíveis para apoiar. O investimento faz-se nas pessoas. Este é um campo escutista que vai ser para as pessoas e os municípios têm de apoiar a educação ao longo da vida que é aquilo que nos torna melhores pessoas. Na contínua formação é que nos tornamos cidadãos responsáveis e homens para o futuro”, complementou.

Também o presidente da União das Freguesias de Tavira, José Mateus Domingos Costa, considerou que “a aposta nas crianças e jovens é sempre um dinheiro bem gasto, assim como na natureza e no ambiente”.

O chefe regional do Algarve do CNE considerou que a distinção “reflete o esforço, a dedicação e o compromisso com a excelência” que o agrupamento escutista local teve para com aquele projeto. “Esta distinção é um novo ponto de partida e será o símbolo do vosso compromisso com a qualidade e a superação. Não tenho dúvidas de que irão continuar a trabalhar juntos com a mesma paixão e dedicação que nos trouxe até esta cerimónia”, acrescentou João Ramalho, agradecendo a todos os que ali trabalharam pela “dedicação e compromisso com o CNE”.

O chefe do Agrupamento 100 – Tavira, que apresentou o historial do CET, explicou que “o espaço tem crescido com a ajuda de muita gente”, incluindo ex-escuteiros e pais de escuteiros, e de entidades públicas e privadas, incluindo “dezenas e dezenas de empresas” que têm doado material. “Este é o nosso polidesportivo”, afirmou Luís Santos, reconhecendo ser “um encargo grande para o agrupamento”, mas que serve a comunidade.

Nesse sentido, aquele dirigente explicou que o CET tem sido nos últimos anos palco de várias parcerias. “O Clube de Vela treina aqui semanalmente a sua equipa de tiro com arco, a semana passada tivemos 30 ou 40 agentes da GNR a fazer treinos por ser um espaço fechado com as condições que precisavam, tivemos a Fundação Irene Rolo também há umas semanas a fazer um convívio aqui, temos tido outras associações escutistas e várias colaborações com a Junta de Freguesia da Conceição de Tavira, a Sociedade Recreativa 1º de Maio e a Casa do Povo de Santo Estêvão”, enumerou, acrescentando que o Clube Bike Team Tavira irá estabelecer um protocolo com o ICNF para construir uma pista (pumptrack) à volta daquele espaço que passará a servir de apoio aos treinos.

Luís Santos disse ainda que o espaço conta este verão “com muitas reservas de escuteiros, espanhóis e austríacos”. “Há muita gente a querer vir para o campo e, acima de tudo, para Tavira. Damos a conhecer o nosso concelho, o nosso espaço e o movimento”, acrescentou, agradecendo à Câmara Municipal “pelo apoio incondicional” dos últimos anos, à União de Freguesias que “também desde a primeira hora não tem negado o apoio” e também à Junta Central do CNE pela orientação e à Junta Regional “por acreditar no espaço” e ali “querer desenvolver as grandes atividades da região”.

O CET foi criado no terreno de seis hectares do antigo estaleiro das obras de construção do troço da Via do Infante (A22) entre Vila Real de Santo António e Tavira – localizado no perímetro florestal da Mata Nacional da Conceição de Tavira, mais conhecida como Mata de Santa Rita, desativado há mais de 30 anos – era um sonho antigo do Agrupamento 100 – Tavira.

Em 2008, a cedência do terreno ao agrupamento escutista chegou mesmo a ser protocolada com a Câmara de Tavira, mas a crise financeira surgida daquele ano veio fazer parar o plano e só em 2020 foi estabelecido um acordo tripartido entre o ICNF, o município e o agrupamento que resultou na assinatura de um contrato de comodato com este para a gestão daquele espaço durante 25 anos com possibilidade de renovação.

Texto e fotos: Samuel Mendonça.

Fonte: Folha do Domingo.

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