O livro dedicado à vida do Pe. Jacques Sevin, fundador do escutismo católico em todo o mundo, foi apresentado ontem à noite, 27 de outubro, em Lisboa, no Palácio da Independência, numa sessão que contou com a presença do Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a Madre Madeleine Bourcereau, a 3ª Prioresa das Irmãs de Santa Cruz de Jesuralém, congregação feminina fundada pelo Pe. Jacques Sevin e, atualmente, Superiora da comunidade de Aix-en-Provence, o Pe. António Valério, do Apostolado da Oração, editora que publicou a obra, o Pe. Luís Marinho, Assistente Nacional do CNE, e João Carvalhosa, chefe regional de Lisboa.
Referindo-se ao Pe. Sevin, D. Manuel Clemente elogiou a visão deste sacerdote católico, que criou o escutismo não só católico, mas também confessional, e citou Baden-Powell que, na altura, referiu que o Pe. Sevin era quem melhor tinha compreendido e posto em prática o seu conceito de escutismo. “B.-P. percebeu que, com a proposta do Pe. Sevin, a religião ligava o escutismo a pessoas de outras religiões, mesmo sendo associações confessionais. Partir do particular para ir ao geral, e isso era muito bom”, referiu o Patriarca.
O cardeal escuteiro, como é apelidado por muitos escuteiros, devido ao seu passado no CNE, explicou aos presentes que “na cabeça de BP o escutismo esteve sempre ligado a religião”. “A ligação da natureza com Deus está sempre presente nos seus escritos, e ele disse que o homem de nada vale se não acreditar em Deus. Eu gosto muito de ver o escutismo assim, porque é bom vermos que mais ninguém recebeu aquele elogio de BP”, afirmou.
A Madre Madeleine Bourcereau, grande conhecedora da vida e obra do Pe. Sevin, contou um pouco da vida do sacerdote, que tomou conhecimento do escutismo através de um artigo pouco abonatório que um colega sacerdote tinha escrito. “Ele trabalhava com crianças e jovens, e resolveu ir até Inglaterra conhecer Baden-Powell e o seu trabalho. Esteve com o fundador do escutismo, ficando mesmo em sua casa, e desenvolveram uma amizade muito grande”, conta a religiosa.
O legado do sacerdote francês é de uma “vida espiritual fortemente marcada pelo escutismo”, conta a religiosa francesa. “O espírito de serviço escutista é reflexo de Jesus servidor, e é importante que o escuteiro tenha dentro dele esta vontade de servir o outro. Enraizar esta pedagogia escutista na Igreja era um dos seus objetivos”, defende a irmã, que contou que a vida do Pe. Sevin nem sempre foi fácil, tendo mesmo sido convidado, na época, a abandonar os seus trabalhos no movimento escutista.
O livro já está disponível para venda nas lojas escutistas.
Texto e Fotografia de: Ricardo Perna.