Hoje, 6 de novembro, assinala-se o dia de São Nuno de Santa Maria, patrono do CNE. A sua vida é exemplo de coragem e desprendimento, valores que continuam a inspirar gerações de escuteiros católicos.
Conhecido na história de Portugal como Nuno Álvares Pereira, São Nuno de Santa Maria nasceu a 24 de junho de 1360. Filho de Álvaro Gonçalves Pereira, cavaleiro dos hospitalários, cresceu no ambiente nobre da época e recebeu educação militar desde cedo. Aos 13 anos tornou-se pajem da rainha D. Leonor e, pouco depois, foi armado cavaleiro. Casou aos 16 anos com D. Leonor de Alvim, com quem teve três filhos, dos quais apenas Beatriz chegou à idade adulta.
O destino de Nuno cruzou-se com a história do nosso país durante a crise de 1383-1385, causada pela morte do rei D. Fernando. Apoiado por D. João, Mestre de Avis, foi nomeado Condestável de Portugal – comandante supremo do exército. A sua estratégia militar marcou algumas das vitórias decisivas para o reino de Portugal, incluindo a célebre Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385.
Mas a grandeza de Nuno não se revelou apenas nas batalhas, tendo a sua fé acompanhado toda a sua vida. Devoto da Eucaristia e de Nossa Senhora, mandou construir igrejas e mosteiros, entre eles o Convento do Carmo, em Lisboa, e a Igreja de Santa Maria da Vitória, na Batalha.
Após a morte da esposa, em 1387, recusou novos privilégios e dedicou-se cada vez mais à fé e à caridade. Em 1423, renunciou aos títulos e bens, que distribuiu pelos seus companheiros de batalha, e entrou no convento carmelita que ele próprio havia fundado, adotando o nome Frei Nuno de Santa Maria. Abandonando as armas e o poder, revestiu-se da armadura do Espírito.
Nuno morreu num domingo de Páscoa, a 1 de abril de 1431. A população passou a chamá-lo de imediato “Santo Condestável”. Foi beatificado em 1918 e canonizado pelo Papa Bento XVI a 26 de abril de 2009.
Texto: Catarina Valada.
Imagem: CNE.
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