CNE presente no Conselho Mundial da CICE

O Conselho Mundial da CICE (Conferência Internacional Católica do Escutismo) decorreu entre os dias 11 e 14 de agosto na Cairo International Scout House, centro escutista da capital do Egito.

O CNE esteve representado com uma delegação de três elementos neste evento, o Chefe Nacional Ivo Faria, o Assistente Nacional Pe. Daniel Nascimento e a Secretária Internacional do CNE Filipa Aroso, desta vez subordinado ao tema: “Escuteiros e Católicos: caminhando juntos no caminho da paz para uma só família humana”. Estiveram representados 42 países para discutir, trabalhar e contribuir para os próximos passos deste grupo.

Os trabalhos iniciaram com uma intervenção do bispo local, D. Claudio Lurati, Vigário Apostólico de Alexandria, acerca da temática do Conselho, seguida de uma reflexão em grupos linguísticos. As questões trabalhadas relacionaram-se com o papel do escutismo católico na construção da paz entre diferentes culturas e religiões, com a forma de anunciar o Evangelho enquanto caminho de humanização para o mundo, e também com o contributo do CNE, enquanto movimento de Igreja e membro do movimento mundial escutista na formação de jovens pela dimensão espiritual e religiosa. Nestes grupos também se foram trabalhando várias questões ao longo da semana, nomeadamente a discussão e proposta de várias linhas de força para o plano trienal, bem como as reações das várias delegações a um novo documento da CICE, intitulado: “O lugar das religiões no Escutismo: uma visão católica”. Este documento, apresentado pelo Assistente Mundial da CICE, Pe. Luís Marinho, vem sublinhar a importância da religião no escutismo, na senda da intuição original de Baden-Powell, uma vez que o escutismo é uma verdadeira escola de educação para a espiritualidade e diálogo inter-religioso. Relembra ainda o documento as dificuldades de várias associações escutistas em viver um dos princípios fundamentais do escutismo, o dever para com Deus (duty to God), destacando a importância de não colocar em oposição termos-chave como “interioridade”, “espiritualidade” e “religião”.

A delegação do CNE teve ainda a oportunidade de reunir com outros elementos da Região Europa-Mediterrâneo (cujo comité é atualmente presidido pelo Rui Teixeira, proveniente da região de Setúbal), para um balanço das actividades realizadas por este Comité Regional da CICE e discussão de propostas para o futuro. Para além de Portugal, participaram delegações da França, Itália, Alemanha, Hungria, Roménia, Líbano, Jordânia, Terra Santa, Mónaco e Egipto.

Os trabalhos do Conselho, conduzidos pelo nosso Chefe Nacional, Ivo Faria, escolhido para presidir à Mesa, decorreram com a normalidade democrática esperada, apesar da habitual dificuldade na aprovação de resoluções como o aumento das quotas pagas pelas várias associações membro. Foram apresentadas ainda as diversas atividades da CICE do último triénio, bem como o correspondente relatório e contas, e, entre outros acontecimentos, foram dinamizados alguns workshops sobre os estatutos de associações não-confessionais e sobre iniciativas de diálogo inter-religioso.

Grande destaque teve sobretudo a apresentação dos candidatos ao Comité Mundial a eleger para o próximo triénio. Com os devidos e merecidos agradecimentos ao presidente cessante, Georges El-Ghorayeb, foi eleita uma nova equipa, composta pelos seguintes elementos: Antoine Moussally (Egipto – Presidente),  Phil Krajec, (EUA – Secretário), Marcelin Henry Deine (Senegal – Vice-Presidente) e Andrea Abrate (Itália – Tesoureiro).

Uma Eucaristia na Catedral Católica Romana de Nossa Senhora de Heliópolis, presidida pelo bispo local, concluiu esta edição do órgão máximo da CICE. A proximidade cronológica e geográfica com a Conferência Mundial da OMME (Organização Mundial do Movimento Escutista) foi um sinal e desafio para o aprofundar da identidade católica e escutista do CNE, em linha com as prioridades estratégias aprovadas no Conselho, das quais destacamos o investimento no diálogo ecuménico e inter-religioso no quadro da OMME, contribuindo assim para a unidade do movimento escutista e tornando-o um ator importante na construção da paz e fraternidade entre todos os povos e religiões.

Texto: Pe. Daniel Nascimento.

Fotos: Delegação do CNE no Concelho Mundial da CICE e Equipa de Comunicação da CICE.

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