CNE promove colóquio “Educar em Ambientes Seguros”

O CNE organizou no dia 30 de abril o colóquio “Educar em Ambientes Seguros”, que decorreu na Universidade Católica, em Lisboa. O evento apresentou estratégias para a proteção de crianças e jovens.

O Corpo Nacional de Escutas promoveu no dia 30 de abril, em Lisboa, o colóquio “Educar em Ambientes Seguros”, uma iniciativa que reuniu vários especialistas e representantes institucionais para refletir sobre a criação de contextos mais seguros para crianças e jovens. O evento teve lugar no Auditório Pe. José Bacelar e Oliveira da Universidade Católica, das 18h00 às 20h30, com entrada gratuita. Os participantes tiveram a oportunidade de partilhar experiências e conhecer boas práticas, visando inspirar ações concretas nos territórios onde atuam.

O programa incluiu três painéis temáticos. O primeiro, dedicado à formação e sensibilização, contou com a intervenção de Rute Agulhas, do Grupo Vita. Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para acompanhar as situações de abuso sexual na Igreja Católica, o Grupo Vita oferece programas de apoio e formação «abrangendo mais de 3.300 pessoas ao momento», como explicou Rute.

Acerca dos riscos que crianças e jovens podem enfrentar em ambiente associativo, como é o caso do Escutismo, Rute Agulhas deixa um alerta: «O maior desafio parte logo da grande relação de confiança e de proximidade que existe. É como se, não só as crianças e os jovens, mas também as famílias, confiassem de uma forma quase cega naquele contexto para onde vão.» Acrescentou ainda que «isso significa, muitas vezes, que pode haver sinais de alerta (…) que muitas vezes não são devidamente lidos, são normalizados.»

Seguiu-se uma apresentação sobre programas e iniciativas com Maria João Fernandes da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens (CPCJ) e Sandra Monteiro, da Direção Regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto do Desporto e Juventude (IPDJ). Maria João Fernandes destacou a importância de associações como o CNE na rede de apoio direta da criança e do jovem: «Há muito a ideia de que o sistema começa e termina nas CPCJ, mas de facto o sistema começa com todos e começa na base. E na base nós temos a família, as entidades com competência em matéria de infância e juventude. (…) Portanto, o CNE, os agrupamentos, as instituições, as associações… Na verdade, todas as entidades, todas as pessoas formais, não formais, coletivas e todas as pessoas individuais que lidam com crianças têm este particular dever  de olhar para as crianças no sentido de acautelar e promover os seus direitos».

Por fim, o painel “Contexto e Prática | Escutismo: Movimento Seguro” teve como orador o dirigente Carlos Martinho (Coordenador do E:MS).

Este colóquio surge alicerçado no Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, reforçando o trabalho que o CNE tem vindo a desenvolver no âmbito da proteção de crianças e jovens. Ivo Faria, Chefe Nacional, enfatizou o papel preventivo do CNE nesta área: «Continuamos a insistir na formação de todos os nossos candidatos a dirigentes», referindo os mais de 10 mil adultos voluntários já formados e sensibilizados para a proteção de crianças e jovens. Afirmou ainda que «o CNE goza de uma reputação externa muito interessante, (…) uma instituição que colhe a confiança das famílias portuguesas», sem deixar de reconhecer que em alguns casos «aparecem situações desagradáveis que é preciso lidar».

Pilar Alonso, Secretária Nacional dos Adultos, destacou a importância do momento, sublinhando a transição do trabalho formativo dos adultos para os jovens, que «sabem-nos dar lições» nesta matéria. O evento serviu ainda para apresentar a nova plataforma digital de reporte EM:S e preparar o Encontro Ibérico de Guias que acontecerá entre 9 e 11 de maio, onde, nas palavras de Pilar Alonso, se trabalhará «desde os abusos à internet segura, às dependências – temas do nosso dia a dia». Ivo Faria completou: «Vamos lançar o trabalho de melhorar aquilo que [os jovens] podem e devem fazer para se manterem seguros uns aos outros.»

Texto: Catarina Valada.

Fotos: António Rendeiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


O período de verificação do reCAPTCHA expirou. Por favor recarregue a página.

Website protegido por reCAPTCHA. Aplica-se a Política de Privacidade e os Termos de Serviço da Google.
Flor de Lis
Visão geral de privacidade

Este site usa cookies para que possamos oferecer-lhe a melhor experiência possível. As informações das cookies são armazenadas no seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você volta ao nosso site e ajudar a nossa equipa a entender quais as seções do site você considera mais interessantes e úteis.

Mais informações sobre nossa Política de Privacidade