
MOOT, oportunidade de crescimento e descoberta
Durante quatro dias os participantes do 16.º World Scout Moot estiveram distribuídos por 118 rotas espalhadas por todo o território nacional.
Fica a conhecer de que modo a Educação Não Formal pode mudar o mundo!
A meio da noite acordei com alguém a abanar a minha tenda. Meio sonolento levantei-me, vesti uma camisa, a camisa de escuteiro e o lenço e senti uma brisa quente de verão a soprar sob o céu estrelado.
Estávamos em agosto e acampámos numa pequena ilha no meio do rio Danúbio, na Hungria. Sussurros e passos apressados completaram a noite tranquila. Alguns dos chefes começaram a caminhar à frente, com lanternas sinalizadoras nas mãos, enquanto os mais jovens seguiam o caminho na escuridão da noite, bastante entusiasmados.
Após uma curta caminhada pela mata chegámos ao rio e a nossa jornada continuou em alguns caiaques. Os reflexos das chamas na água guiaram-nos em silêncio, até chegarmos novamente à costa.
Depois de outra pequena caminhada pela floresta, começámos a reunir-nos em círculo numa pequena clareira. A cerimónia em que os noviços e aspirantes fariam a sua Promessa Escutista estava prestes a começar, enquanto o meu olhar seguia as árvores até às estrelas que brilhavam no céu. Estes escuteiros talvez ainda não tivessem percebido, mas naquela noite eles fariam parte de uma comunidade global de mais de 57 milhões de escuteiros, que já haviam feito a sua Promessa Escutista, comprometendo-se a viver de acordo com as leis Escutistas e a colocarem-se sempre os outros em primeiro lugar antes de si mesmos.
Ao longo do seu percurso escutista, eles não iriam apenas embarcar em centenas de aventuras, mas também seriam enriquecidos com o conhecimento, habilidades e valores necessários para dominar os desafios que enfrentam e se tornarem pessoas prestativas e gentis, prontas para criar um mundo melhor.
Pude aprender muito através do Escutismo e vi os meus amigos dos escuteiros a prosperarem e a assumirem papéis ativos na contribuição para mudanças positivas nas suas comunidades.
A cerimónia daquela noite lembrou-me da importância do Escutismo para o desenvolvimento dos jovens e da sorte que temos por aprender tanto, simplesmente a brincar ou a fazer algo.
Este tipo de educação que ocorre no Escutismo e em muitas outras organizações e grupos é chamada de Educação Não Formal. Na verdade, a educação não formal está à nossa volta: fazer parte de uma equipa desportiva, fazer voluntariado, tocar um instrumento ou fazer teatro, fazer parte de algum outro grupo juvenil ou comunitário.
Todos estes ambientes proporcionam oportunidades de aprendizagem não formal aos jovens. Todos os dias somos confrontados com a educação não formal, mas muitos não conhecem o termo correto para a descrever.
Todos estes ambientes proporcionam oportunidades de aprendizagem não formal aos jovens. Somos confrontados com a ENF e os seus resultados todos os dias, mas muitos não conhecem o termo correto para a descrever. Então aqui está uma visão geral do que a ENF realmente é e por que é uma parte crítica da educação no mundo de hoje.
Educação formal: Ensino primário, secundário e superior, ao final do qual pode ser obtida uma certificação, diploma ou grau reconhecido.
Educação informal: O que aprendemos através de situações e interações quotidianas. Por exemplo, fazer amizades ou até fechar a porta ao sair de casa.
Educação não formal: Programas estruturados fora do currículo educacional formal que são institucionalizados e organizados por um fornecedor educacional. Podem ser organizações juvenis, ONG, equipas desportivas e outros grupos aos quais as pessoas aderem voluntariamente. A educação não formal ocorre através do envolvimento em projetos, discussões e atividades criativas ou atléticas, jogando jogos ou fazendo viagens, por exemplo.
Estas são algumas das características da educação não formal:
Participação voluntária
Contexto de grupo e aprendizagem entre pares
Centrado no aluno
Aprendizagem experiencial: Experiências da vida real, por exemplo, na natureza ou na comunidade
Aprendizagem holística: O desenvolvimento cognitivo, emocional e físico dos alunos são considerados
Baseada em valores: Democracia, direitos humanos, inclusão social
Ação social: Contribuir para falar e agir em torno dos desafios comunitários e da participação cívica
A Educação Não Formal é um complemento ou uma alternativa à educação formal e deve fazer parte de todos os sistemas educativos holísticos e inclusivos. Face à globalização e ao aumento das pressões sociais e ecológicas, os programas de Educação Não Formal em todo o mundo são excelentes na promoção do desenvolvimento pessoal dos jovens e em equipa-los com os conhecimentos e competências necessárias para assumirem um papel ativo na resolução de problemas a nível global e local. Além de promover competências sociais e de vida que são essenciais, a Educação Não Formal também visa garantir o acesso à educação para todos, especialmente onde a educação formal não está disponível para todos.
Estas são algumas razões pelas quais a educação não formal é crítica:
Alternativa à educação formal
Em muitas comunidades, as crianças e os jovens não têm acesso à educação formal. Seja por razões de pobreza, infraestruturas ou discriminação – o acesso negado a uma educação de qualidade inibe o desenvolvimento pessoal e o emprego futuro. A Educação Não Formal está a decorrer em todo o mundo, também em comunidades onde as oportunidades educativas formais são limitadas ou indisponíveis. Nesses casos, a aprendizagem não formal garante o direito à educação para todos através de oportunidades alternativas de qualidade. Particularmente em contextos humanitários, a Educação Não Formal é crucial para proporcionar oportunidades educativas.
Habilidades interpessoais e habilidades para a vida
As habilidades para a vida ajudam as pessoas a coordenar a sua vida pessoal, profissional e social de maneira a traduzir-se em felicidades e sucessos. Incluem habilidades como a empatia, a resiliência, a gestão do stress, a resolução de problemas, a criatividade, a tomada de decisões ou a comunicação, por exemplo, todas elas promovidas através da Educação Não Formal. As soft skills são semelhantes, embora geralmente relacionadas com um contexto laboral. Tais competências, tendem a receber pouca importância em contextos educativos formais, que têm como objetivo completar currículos mais rigorosos.
Desenvolvimento Pessoal
Sem dúvida alguma que a Educação Não Formal tem um impacto crítico no desenvolvimento pessoal. Ao envolverem-se num grupo, ao serem voluntárias, brincarem, aprenderem e superarem desafios em equipa, os indivíduos que participam na Educação Não Formal estão naturalmente a construir o seu carácter e a desenvolverem valores que os ajudam a encontrar a auto-realização e a tornarem-se pessoas mais cooperantes, confiantes e conscienciosas.
A Educação Não Formal é crucial para que os jovens se tornem cidadãos globais autónomos responsáveis e empenhados, prontos para enfrentar os desafios de hoje e de amanhã. Capacita-os para que sejam mais resilientes, promove os seus talentos e prepara-os para lidar com as mudanças socias e ecológicas. A Educação Não Formal não só promove o desenvolvimento dos indivíduos, como também tem impactos muito maiores. Abraça a diversidade e promove a igualdade de género ao incluir raparigas e mulheres jovens que muitas vezes são deixadas para trás. Além disso, estimula o emprego jovem e assim pode contribuir para a redução da pobreza e da desigualdade de rendimentos. Por último, mas não menos importante, permite que os jovens participem numa grande variedade de atividades que contribuem para o Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis das Nações Unidas e, em última análise, para um mundo melhor.
Texto: Kinga Szalaba, Yasmein Abdelghany
Fonte: https://ourfutureagenda.org/
Adaptação do texto: Cláudia Xavier
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