A tertúlia em casa de ontem teve como oradores convidados João Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Miguel Salgado, Professor Universitário e Catarina Ribeiro, Psicóloga, como moderadora.
O tema não podia ser mais atual, passados perto de 30 dias do fecho das escolas, todas as crianças e jovens do nosso país ficaram em casa, muitas delas com os pais em teletrabalho.
Todas as mudanças e adaptações necessárias para esta nova condição, fez com que crianças, pais, professores, e todo o sistema de ensino tivesse de apresentar em velocidade relâmpago uma resposta eficaz, para este novo conceito de escola e de aulas.
João Costa, no mesmo dia em arrancou o terceiro período de aulas, realçou o que todos os professores das nossas escolas merecem um grande louvor e reconhecimento, pela sua capacidade de adaptação. Afirmou ainda que “nenhum país do mundo estava preparado para esta mudança, ou seja, em meia dúzia de dias tivemos de transformar um sistema que é acima de tudo presencial, e com tudo o que isso implica”.
“Começamos desde logo a estabelecer um conjunto de instrumentos, parcerias e apoios para as escolas começarem a preparar este terceiro período que agora começa. Nas últimas semanas estamos ainda a desenhar orientações às escolas deste ensino à distância, a disponibilizar formações, muitos conteúdos online, montamos ainda conteúdos através da televisão, pois temos consciência que existem muitas crianças sem acesso à internet e equipamentos e as respostas têm sido bastante positivas” explicou João Costa.
O professor universitário Miguel Salgado explicou a forma como foi feita toda esta adaptação “fizemos um conjunto de formações para estarmos preparados e passarmos a fazer as aulas à distância”. Neste momento o que está a ser discutido é a avaliação e a forma como a vão fazer, com a convicção que terá de ser à distância.
Miguel Salgado realçou o papel que os pais têm nesta fase “temos de apoiar os nossos filhos a levar esta missão o melhor possível, nós enquanto pais temos de ter o compromisso, para com os nossos filhos, para com a escola e para com a comunidade em geral, que é ajudar e construir este momento”.
O papel do Escutismo neste contexto que vivemos foi igualmente debatido. Miguel Salgado relembrou que neste momento o CNE tem 50 mil crianças em casa ” Podemos dar um contributo muito grande, dou o exemplo da minha região Bragança-Miranda onde todos os agrupamentos estão a trabalhar, e significa que aderimos aos desafios propostos a nível nacional, desenvolvemos desafios internos, que estão a ter resultados bastante positivos”.
João Costa deixou ainda o desafio “era interessante pensarmos enquanto CNE aquilo que muitas outras instituições não têm tanto na sua raiz, o Serviço, que é o que podemos fazer neste momento de crise?”. Por fim deixou o alerta “a preocupação do mundo pós Covid é algo que temos de antecipar, todos temos de nos desenvolver, este é um momento de cooperação”.
Texto de: Susana Micaela Santos. Imagem de: CNE.