O consistório público realizou-se hoje na Praça de São Pedro, no Vaticano, para a criação de 21 cardeais, incluindo D. Américo Aguiar, bispo eleito de Setúbal.
Na homilia, o Papa Francisco destacou o papel do Colégio Cardinalício, que compara a «uma orquestra sinfónica, que representa a dimensão sinfónica e a sinodalidade da Igreja». Francisco frisou ainda que a diversidade é necessária e indispensável «mas cada som deve concorrer para o resultado comum. E, para isso, é fundamental a escuta mútua: cada músico deve ouvir os outros». O Papa destacou que os novos cardeais «são de todas as parte do mundo, das mais diversas nações», como muitos dos povos que eram identificados nos Atos dos Apóstolos «Os Apóstolos eram todos galileus, enquanto o povo que se reunira era proveniente de todas as nações que há debaixo do céu, precisamente como o são os bispos e os cardeais no nosso tempo».
Francisco evocou o papel que das vozes e rostos concretos que promoveram a evangelização «um dom sempre atual, que pede para ser continuamente renovado na memória e na fé», como «evangelizadores e evangelizados, não como funcionários». A Igreja, e cada um dos membros, vive deste mistério sempre atual, «não vive de rendimentos e muito menos de um património arqueológico, por mais precioso e nobre que pudesse ser. A Igreja, e cada batizado, vive do hoje de Deus, pela ação do Espírito Santo», explicou o Papa.
Cada um dos novos cardeais ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício, de acordo com a ordem de criação: D. Américo Aguiar foi o 17.º dos 20 prelados presentes.
Francisco entregou ainda um anel aos cardeais para que se «reforce o amor pela Igreja» seguindo-se a atribuição a cada cardeal uma igreja de Roma – que simboliza a «participação na solicitude pastoral do Papa» na cidade -, bem como a entrega da bula de criação cardinalícia, momento selado por um abraço de paz.
O consistório para a criação de 21 cardeais, entre eles D. Américo Aguiar, conta com a presença de 12 delegações oficiais, sendo Portugal representado por Ana Catarina Mendes, ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares. Também centenas de portugueses estiveram presentes hoje na Praça de São Pedro, para assistirem ao consertório.
Nesta cerimónia, D. Américo Aguiar foi criado cardeal-presbítero, recebendo o título de São António de Pádua na Via Merulana (Sancti Antonii Patavini de Urbe), em Roma, igreja de que foram titulares, entre 1973 e 1998, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, e de 2001 a 2022 o cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, uma figura muito próxima do Papa Francisco.