Dia Internacional da Amizade: Amigos do Escutismo para a vida

Celebra-se hoje, 30 de julho, o Dia Internacional da Amizade. Para comemorar, a Flor de Lis traz-te três histórias de amizades que nasceram no Escutismo e perduram até hoje.

A amizade é tão intrínseca ao escutismo que até temos um nó para ela. O amigo ata um simples nó quadrado nas pontas do lenço do outro e estabelece-se um pacto, um símbolo da amizade que os une.

Pelo nosso Movimento, já passaram gerações de escuteiros, que conviveram e cimentaram memórias sempre tendo em vista o 4º artigo da Lei do Escuta: O Escuta é amigo de todos e irmão de todos os outros Escutas. E há amizades que partem do escutismo para a vida inteira.

Paulo e Jorge conheceram-se no Grupo Explorador do Agr. 48 Santa Catarina. Travaram amizade desde logo e quase sempre pertenceram à mesma patrulha ou equipa. Mesmo já nos tempos de Dirigente, continuaram a trabalhar lado a lado: «Sempre estivemos nas mesmas equipas, desde as Pedagógicas (por exemplo, no ACANAC 2022, em que estávamos os dois nas atividades aquáticas do campo da I Secção) ou de Formação, ou por exemplo na equipa de Comunicação Regional de Lisboa, ou mesmo no Executivo da Junta de Núcleo», contaram à Flor de Lis. 

Enquanto jovens escuteiros, viveram muitas peripécias, como um curso de Socorrismo em que um desmaiou ao ver sangue real, quando Jorge “acampava” na casa do Paulo, ou o ACANAC de Bagunte. Apoiaram-se durante a morte do seu Chefe João, no ACAREG em 1985, e no nascimento do filho mais velho de Paulo, em que Jorge não deixou de estar presente. Do Grupo Explorador do 48 para a vida, a amizade que nasceu no escutismo sobreviveu ao teste do tempo: «Sabemos que podemos contar um com o outro, sempre. Há coisas que passam para lá do escutismo, as coisas da nossa vida, boas e más. Mesmo tendo tido um período em que nos víamos menos, a ideia do grande amigo está presente em nós.»

Corria o ano de 1988 quando Ana e Clarisse se conheceram. Eram apenas duas raparigas no agrupamento e Clarisse fora a terceira. Ana não gostara dela à primeira, «vinha de nariz empinado com a mania», mas rapidamente se tornaram amigas. Ana Rute apareceu mais tarde, pois é mais nova do que Clarisse e Ana. A amizade foi crescendo e em pouco tempo tornaram-se inseparáveis. Dessa altura, lembram a cumplicidade na preparação das atividades e a forma como se motivavam umas às outras. Ana recorda o momento em que fora estudar para o Algarve e, em chamada com Clarisse numa cabine telefónica, esta dissera-lhe que ia deixar os escuteiros: «Para mim foi como se o mundo acabasse, fiquei sem chão.»

Mesmo apesar da distância e dos impedimentos da vida adulta, a amizade que partilham mantém-se viva e saudável: «A nossa amizade é de uma confiança imensa, transparente. Aquela sensação de que podemos ser nós mesmas sem julgamentos. Somos capazes de voltar a estar juntas e falar de sonhos, de projetos e vemos sempre que outra perspetiva podemos ter das coisas que a vida nos traz.» Neste momento, Ana Rute está emigrada em Inglaterra, enquanto que Ana e Clarisse moram em Portugal, mas tentam sempre encontrar-se as três na praia no primeiro dia do ano. «Elas vão ao banho, eu tiro fotografia», partilhou Ana. 

Tudo começou na Patrulha Lobo para Luís e Daniel. Daniel já era escuteiro quando Luís entrou no agrupamento em 2005. Tinham ambos 10 anos e já se conheciam de vista, por virem de aldeias e escolas vizinhas. «Mas o que antes era um simples conhecido e rival nos inter-escolas, passou a ser o melhor amigo de longa data», partilhou Luís com a Flor de Lis. 

Para os dois amigos, já lá vão quase 20 anos. Entre jogos e peças no Fogo de Conselho e futeboladas nos acampamentos, os dois amigos guardam com grande estima os tempos de juventude que partilharam enquanto escuteiros. Luís lembra com grande carinho ter recebido a distinção de Cabeça de Lobo com Daniel e Pisco, outro dos seus amigos que leva do escutismo: «Receber esta distinção foi bom, mas receber juntamente com estes dois grandes amigos foi ainda melhor.» 

Dos passeios de bicicleta e aventuras de verão na adolescência, ao Intra-Rail e Caminhos de Santiago a pé já mais tarde, a amizade de Luís e Daniel nunca se limitou apenas ao escutismo. Hoje em dia, mesmo em agrupamentos diferentes e levando vidas atarefadas, a relação mantém-se forte: «Damos agora muito mais valor aos momentos que conseguimos estar presente juntamente com o nosso grupo de amigos.»

 

E tu, que amizades levas do escutismo para a vida?

Texto: Catarina Valada.

Fontes: Paulo Cuiça, Ana Pinto e Luís Lopes.

Fotos: Agr. 27 Bairro, Paulo Cuiça, Ana Pinto e Luís Lopes.

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