Águas, Aldeia de João Pires e Aldeia do Bispo… pertencem todas ao concelho de Penamacor e estiveram unidas num Arraial Popular, ou melhor… num Arraial Escuteiro.

Não faltou nada. A tradicional música popular, as febras assadas, muita alegria e… mais raro por aqui, muitos jovens. Eles tinham chegado de Idanha-a-Nova, onde participam no 23.º Acanac, para mudar a rotina destas aldeias.

Uma operação que levou estes rapazes e raparigas de diversos agrupamentos do país a realizarem tarefas como limpar a igreja, aprender a fazer o pão tradicional ou conviver, no Centro de Dia, com aqueles que já contam com uma longa experiência de vida.

E foram os mais idosos, os que não quiseram falar à festa vermelha. A cor não é clube é antes uma forma nova de olhar o mundo. É o ideal dos caminheiros que, em Aldeia do Bispo, se concretizou numa grande festa ao ar livre. “Só é pena é que não seja sempre assim”, referia, conformada, Ana Maria, sentada no banco do jardim a assistir ao baile improvisado dos caminheiros.

Convites para dançar não faltavam e, naquela noite, os habitantes destas aldeias recuaram no tempo e lembraram os tempos em que também eles protagonizavam convites e danças. “Isto agora já só há velhos por aqui… os novos foram-se embora, ninguém quer fazer vida por aqui”. O autor da afirmação é Armando Peres, já reformado e de regresso a Aldeia do Bispo. Ele próprio partiu um dia, ainda jovem, para França e é a prova de que o inverno demográfico destes lugares não é fenómeno recente.

Foi para inverter a tendência que os caminheiros vieram. Chegaram para trabalhar e aprender. Limparam a igreja, fizeram pão e distribuíram esperança. “Coitadinhos, fartaram-se de trabalhar, mas é uma alegria ver juventude assim”, comentava Celeste Duarte, ainda indecisa perante o convite para dançar que lhe chegava de um caminheiro do Porto.

“É fantástico ver a alegria deles e o entusiasmo com que partilham connosco aquilo que sabem e as tradições do lugar”, salientava a Francisca, uma caminheira do Agrupamento 5 – Ronfe.

Mas Aldeia do Bispo ainda tem jovens. São poucos, mas apostados em fazer tudo para que o interior não morra. Ao lado dos caminheiros encontramos Mariana, Irina e Nádia. Não são escuteiras, mas pertencem à Juventude Operária Católica. Também têm um lema: ver, julgar e agir. “É um desafio que procuramos aplicar na nossa vida… e com ele mudar as coisas para melhor”, diz-nos Irina Garrido.

Em Aldeia do Bispo, a alegria dos caminheiros e a determinação dos poucos jovens que por ali ainda resistem uniram-se em festa.

Texto de: Henrique Matos. Fotografia de: Nuno Perestrelo.

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