O 266º Papa da Igreja Católica e o primeiro de origem latino-americana, o Papa Francisco nasceu Jorge Mario Bergoglio a 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina. Antes da sua eleição em 2013, foi arcebispo de Buenos Aires e cardeal, destacando-se pelos seus valores simples e dedicação aos mais vulneráveis.
Como Pontífice, promoveu o diálogo inter-religioso, a defesa do meio ambiente e uma Igreja mais próxima dos marginalizados. Criar espaço na Igreja para «todos, todos, todos» era um dos seus objetivos. Foi na cerimónia de acolhimento das Jornadas Mundiais da Juventude, em agosto de 2023, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, que proferiu aquela que seria a frase mais emblemática do evento: «Na Igreja ninguém está a mais, há espaço para todos. Repitam comigo. Quero que digam na vossa própria língua: todos, todos, todos.»
Ao longo do seu pontificado, o Papa Francisco sempre demonstrou uma relação muito próxima e positiva com o Escutismo, encontrando no nosso Movimento muitos dos princípios que o próprio considerava fundamentais para uma plena vivência cristã. Em diversas ocasiões, dirigiu mensagens e bênçãos aos escuteiros, enfatizando a importância dos valores escutistas na formação cívica e católica dos jovens.
Em agosto de 2022, por ocasião do Centenário do CNE, o Papa enviou uma bênção especial aos nossos escuteiros, reconhecendo o papel do Escutismo Católico na promoção de uma cidadania ativa e responsável e a relevância do encontro com Deus como forma de superar medos e desafios. Nessa mensagem, destacou o trabalho desenvolvido pela nossa associação, no sentido de «servir os jovens assegurando-se de que a prática do Escutismo contribua para a sua educação na fé e para os preparar para darem testemunho de Cristo no mundo». Com este espírito de missão, sublinhou ainda que «quanto mais os escuteiros estiverem conscientes dos nobres ideais do seu Movimento e unidos na amizade, tanto mais darão o seu contributo para criar uma nova civilização da solidariedade, do serviço e do amor».
O Papa Francisco compreendia bem o potencial evangelizador do Escutismo. Durante o 25º Jamboree Mundial na Coreia do Sul, em 2023, o Papa endereçou uma carta aos escuteiros participantes lembrando que o Jamboree, «como outras ocasiões» pode ser um momento importante «que nos faz abrir os olhos para a beleza e a diversidade de nossa grande família humana». Desejou, também, que o Jamboree fosse um local que motivasse os escuteiros a «fazer a nossa parte na construção de um mundo justo, solidário e pacífico, no qual cada pessoa seja acolhida e ajudada a realizar os seus sonhos e esperanças mais profundas».
Foram incontáveis os encontros de escuteiros realizados no Vaticano durante o pontificado do Papa Francisco. A propósito do lançamento da encíclica sobre ecologia em 2015, o Papa reuniu-se com 80 mil escuteiros da associação italiana AGESCI na Praça de São Pedro e salientou o «apoio importante» que o Escutismo oferece na «missão das famílias na educação das suas crianças, adolescentes e jovens». «Os pais confiam-nos a vós porque acreditam na generosidade e sabedoria do método escutista, baseado nos grandes valores humanos, no contacto com a natureza, com a religião e a fé em Deus», explicou. O Papa pediu também aos escuteiros que «façam pontes numa sociedade onde o habitual é fazer muros. Por favor façam pontes.»
A relação do Papa Francisco com o Escutismo foi marcada por um apoio contínuo e encorajamento dos valores que o nosso Movimento promove. As suas mensagens refletiram sempre uma confiança na capacidade dos escuteiros para serem agentes de mudança e construtores de um mundo mais fraterno e solidário.