Sob o tema “Jovens Construtores do Mundo” (A World Shaped by Youth), a atividade arrancou na noite de sexta-feira, com a tradicional mensagem de abertura do Chefe Nacional, Ivo Faria, que deu início a um fim de semana repleto de contactos e aprendizagens.
No total, 95 estações de rádio participaram no JOTA, asseguradas pelo CNE, a Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), as Guias de Portugal (AGP) e a Fraternidade de Nuno Álvares (FNA). Paralelamente, o JOTI reuniu jovens em múltiplas plataformas digitais – ScoutLink, mIRC, Zoom, Skype e Meet – promovendo contactos entre escuteiros de mais de 170 países. As tradicionais videochamadas nacionais, às 11h45 e às 16h30 de sábado, voltaram a aproximar agrupamentos de norte a sul, bem como grupos da AEP e Companhias de Guias, e das comunidades portuguesas no estrangeiro, incluindo Macau e Genebra.
Na estação nacional, as atividades decorreram em nove postos de jogo inspirados no alfabeto fonético internacional, do Alpha ao India, e nove dinâmicas que contaram com o envolvimento do Departamento Nacional de Ambiente (DNA), do Departamento Nacional dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (DNODS), do Museu do CNE e da Rádio Maria, estação de rádio que está ligada a Igreja Católica e que está no ar desde 2021. Durante o dia, foram promovidas conferências acerca da temática “Jovens Construtores do Mundo” e as Especialidades.
Pelas 18h30 de sábado, decorreu ainda a Eucaristia presidida pelo Assistente de Núcleo Moinhos de Vento Pe. Francisco Inocêncio, aberta à comunidade local.
Para Cristiana Mâncio, Chefe do Departamento Nacional de Radioescutismo, o JOTA-JOTI é uma excelente oportunidade para unir culturas através da comunicação: «Estamos a comunicar para todo o mundo. O mote deste JOTA-JOTI é “Jovens Construtores do Mundo”. Estamos a explorar esse tema e a tentar fazer com que estas crianças, jovens e escuteiros propaguem essa mensagem através do rádio e através da internet o melhor possível.» Cristiana destaca ainda o valor pedagógico das comunicações via rádio: «Numa altura em que a internet nos traz tudo e nos dá todas as oportunidades que temos à mão, quando tudo falha, é o rádio que entra em ação. É muito importante mobilizar os jovens para a importância das comunicações via rádio, que é uma coisa que não queremos que morra. Queremos que tenham motivação para se tornarem radioamadores e que percebam a sua importância, porque é a pôr as mãos na massa que eles crescem.»
O Chefe Regional de Lisboa, Carlos Pacheco, salientou o impacto transformador da atividade: «O radioescutismo é algo que os jovens, na sua vida normal, não têm um contacto direto, mas estas experiências transformam-nos naquilo que é a sua vivência, alargam-lhes os horizontes, e percebem que, nas relações que estabelecem com escuteiros de todo o mundo, conseguem perceber que não estão sozinhos no mundo, que são realmente construtores e fazem a diferença na sua vida e na vida dos outros.»
Também Erico Virgy, Chefe do Núcleo Moinhos de Vento, destacou o desafio de acolher uma atividade de referência nacional e internacional: «Apareceu-nos este novo desafio de acolher aqui uma grande atividade de referência do CNE, como o JOTA-JOTI, e é um desafio giro porque não é uma atividade só sobre tecnologia, é uma atividade para as pessoas. (…) Contamos com mais de 700 pessoas e temos que garantir que há condições de segurança e de realização para a atividade, e conseguimos garantir. Felizmente no Núcleo Moinhos de Vento os espaços não faltam.»
Por sua vez, José Rodrigues, Secretário Nacional para o Ambiente e Sustentabilidade, sublinhou o crescimento gradual desta atividade, ano após ano: «É gratificante ver que há mais jovens a aderirem a ser radioamadores, o que é um caminho também que há muitos anos não se verificava, e por outro lado, quando olhamos para a lista das estações que em Portugal aderem para participar no JOTA-JOTI, tem vindo gradualmente a subir. Este ano é o ano com mais adesão.» O dirigente destacou ainda a importância de redescobrir a rádio como meio de comunicação: «É uma oportunidade fantástica de conseguir ouvir vozes em línguas diferentes, sentir o contacto direto. Num meio eletrónico que hoje em dia não é tão utilizado, isto traz-nos para os nossos jovens também perceberem que as tecnologias evoluíram, mas há meios de comunicação que continuam vitais, sobretudo em situações de catástrofe ou dificuldade.»
Entre antenas, cabos, computadores e sorrisos, o JOTA-JOTI 2025 voltou a aproximar escuteiros de todo o mundo. As atividades da Estação Nacional terminam hoje, domingo, pelas 17h.