Chefe de Acampamento do Acanac está a trabalhar para que os jovens fiquem mais anos no escutismo

Por estes dias, o telefone de Manuel Augusto toca continuamente. São muitas as situações e a perguntas a quem tem a missão de ser o chefe de acampamento daquele que é o maior acampamento de escuteiros, de todos os tempos, em Portugal.

“Espero que estes dias sejam uma experiência inesquecível para os jovens”, diz este dirigente, que salienta que “o trabalho desenvolvido para uma atividade destas dimensões é grande, mas é também importante no escutismo.”

“Os jovens que participam num Acanac ficam mais tempo no escutismo” é a convicção de Manuel Augusto. “Viver uma experiência destas, durante vários dias e em contacto com tantos escuteiros, deixa marcas, leva a ficar mais tempo no movimento”. Pela sua experiência, este dirigente sabe que os jovens vão construindo uma forma de olhar a vida e o mundo à luz dos princípios que recebem neste movimento.

O Acanac 2017 começou a ser preparado há muitos meses e envolveu uma equipa muito vasta. Manuel Augusto diz que “foi necessário envolver muitos adultos na preparação destes dias, uma equipa multidisciplinar que teve de preparar todas as áreas de campo, toda a logística e a componente temática que é a que passa essa mensagem do cuidar da Casa Comum a que o Papa nos desafia.”

Para reunir 22 mil escuteiros, o Chefe de acampamento destaca a entrega generosa de muitos adultos. “Posso dizer que esta é uma missão exemplar de voluntariado e de entrega. Apresenta um rácio que dificilmente encontramos na sociedade, nós mobilizamos mais de três mil adultos para esta atividade, e chegam os dedos de uma mão para contar aqueles que são remunerados”, salienta.

Viver uma experiência de “democracia” e de maior “responsabilidade”
O que move alguém a assumir a chefia do maior acampamento realizado em Portugal, sabendo que isso vai significar resolver situações inesperadas? Manuel Augusto não tem dúvidas. “O escutismo é isto, é um serviço que se presta, não há lugar para reservas ou para pensarmos apenas em nós. Os jovens precisam de adultos que se entreguem a ações como esta, que lhes proporciona uma experiência marcante de vida”.

O Chefe de Acampamento deste Acanac acrescenta que estas atividades nacionais são também importantes para que os jovens ponham em prática o que treinam e aprendem em cada agrupamento. Manuel Augusto fala do escutismo como “uma experiência de democracia, a vida em cada bando, patrulha, equipa ou tribo é uma aprendizagem de cidadania e trabalho de equipa que se revela determinante para a vida de cada jovem, para o seu futuro na construção da sociedade”.

Este acampamento nacional conta com algumas novidades, como a existência de dois supermercados em campo. Os escuteiros terão de administrar um cartão que lhes permite fazer as compras para confecionar as refeições.

Manuel Augusto diz que esta modalidade já foi testada com sucesso noutras ocasiões, “Ela vai reforçar a responsabilidade de cada jovem e, pela experiência que temos, a sua atitude diante de uma prateleira é bastante ponderada e fazem como os pais lá em casa, conseguem esticar o dinheiro fazendo uma alimentação saudável”. Manuel Augusto considera que, “para muitos, será a primeira vez que percebem que trazer um iogurte para casa tem um preço, e isso é bom, ajuda a olhar as coisas de forma diferente”.

Na hora em que o campo se começa a encher de escuteiros, o Chefe de Acampamento diz que “está tudo pronto para que estes dias se tornem numa experiência que não vai ser esquecida”.

Até 6 de agosto, Idanha-a-Nova acolhe o 23º ACANAC que tem por tema: Abraça o Futuro.

Texto de:Bruna Coelho. Fotografia de: Gonçalo Vieira.

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