«O escutismo não se faz no papel, tem que ser algo prático»

O Secretário-Geral da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME), Ahmand Alhendawi, visitou o 24º ACANAC e explicou-nos a sua perspetiva desta grande atividade.

Flor de Lis: Qual a sua primeira impressão sobre o nosso campo?

Ahmad Alhendawi (AA): É bonito, ouvi falar muito de vocês, sabia que vinham para aqui desde 2007, alojando vários escuteiros nacionais e internacionais. Já ouvi diversas histórias sobre o campo, sobre a hospitalidade das pessoas, sobre a região. Ver esta nova geração de jovens portugueses a serem capazes de usufruir da vida escutista é fantástico. Estou muito feliz por finalmente visitar este local porque já tinha ouvido falar muito nele.

Flor de Lis: Estou muito feliz por estar a gostar. Teve tempo para conversar com algum escuteiro? Como foi a reação deles?

AA: Sim, com certeza. Estive cá ontem e tive oportunidade de observar os participantes a chegar a campo e, mesmo pela forma como chegavam é um espetáculo porque se vê o entusiasmo. Esta é uma geração de jovens que sofreu com a pandemia, tiveram imensos confinamentos, durante este tempo todo não puderam estar juntos e ver esta energia elétrica, de virem todos juntos, os autocarros à volta do espaço, esta noite com todos os voluntários, aos quais agradeço, é muito bom! Também ver a festa para pôr todos na “mood” é fantástico. Por isso, para já, tudo a correr bem! Mal posso aguardar pela abertura e pelo resto do que se vai passar em campo.

Flor de Lis: Calculo que acredite na importância de organizar este tipo de eventos escutistas.

AA: Sim, com toda a certeza. Isto é o escutismo no seu melhor. O escutismo não se faz no papel, tem que ser algo prático. Este é o tipo de evento que muda vidas, que faz as pessoas ficarem mais conscientes delas próprias, que proporcionam oportunidades para desenvolverem as suas capacidades e desenvolvam amizades. Muitas pessoas nunca se conheceram e são de 24 países diferentes e isto faz com que toda a experiência seja melhor.

Flor de Lis: Exato, uma experiência fantástica para pessoas de todo o mundo. Agora, conte-me, por favor, o que sabe sobre o CNE e sobre o escutismo português, o que salienta sobre nós, neste ano em que se celebra os 100 anos.

AA: Este é um grande marco, por isso os meus parabéns ao CNE por atingir esta meta com uma enorme conexão com os jovens e com todas as famílias por todo o país. Nós consideramos o CNE como um grande pilar para o escutismo, pela sua qualidade e pela forma como têm sido inspiradores para muitas ações e muitos líderes de muitos países. E uma das coisas mais importantes para celebrar hoje é que este é um país com bom tempo, uma excelente tradição de rovers, com um grande suporte para jovens nestas idades. Acho que temos muito a aprender com Portugal nesta área. Estar cá, conectar-me com líderes, estar em nome da Organização Mundial e ajudar a espalhar as maravilhas do escutismo é muito bom.

Flor de Lis:  Obrigada por isso. Fantásticas palavras. Uma última palavra para os cerca de 18 mil escutas que estão em campo.

AA: Bom, em primeiro ligar dizer “Olá Portugal”! É muito bom estar aqui, mantenham o escutismo vivo, continuem a espalhar o escutismo e o que de melhor ele tem, este que é um movimento que nos une a todos. Continuem a puxar pro vocês próprios e pelas vossas secções e ajudem as vossas comunidades. Talvez este tempo tão quente vos faça recordar e pensar sobre as alterações climatéricas e por isso é necessário que a vossa geração desenvolva ações. O escutismo é agradável, é para usufruir, tem impacto, mas temos que pensar que, nós, enquanto movimento podemos fazer a diferença no nosso mundo, salvar o planeta e torná-lo um pouco melhor.

Flor de Lis: Obrigada pelas suas palavras e esperamos que goste e tire proveito do campo. Vemo-nos na abertura.

Texto: Mariana Marques

Fotografia: Rui Pereira

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