Em poucas palavras: O mundo de hoje está contaminado, porque além da contaminação atmosférica, há a contaminação moral, que ofusca as mentes e os corações com imagens que transformam em espectáculo o prazer, a violência e o desprezo pelo homem e pela mulher.
1. A contaminação da atmosfera moral. “Da mesma maneira que não devemos habituar-nos a envenenar o ar e este compromisso é hoje uma prioridade ambiental, assim também se devia fazer em relação ao que corrompe o espírito”. “Parece que muitos dos produtos que circulam na nossa sociedade e que contaminam a mente e o coração, tais como essas imagens que fazem espectáculo com o prazer, a violência e o desprezo pelo homem e pela mulher, são produtos a que nos habituamos sem resistência”, lamentou. “Liberdade é isso mesmo’, ouve dizer-se, sem reconhecer que tudo isso contamina, intoxica o espírito, sobretudo e especialmente o das gerações mais jovens, e, ao fim de contas, acaba por condicionar a própria liberdade”.
2. O homem não quer ser imagem de Deus. Bento XVI fez a seguir uma forte advertência: “O homem já não quer ser imagem de Deus, quer ser imagem de si próprio e declara-se autónomo, livre, adulto. Evidentemente, esta atitude revela uma relação com Deus que não é autêntica, em consequência da falsa imagem que o homem constrói de si mesmo, como o filho pródigo da parábola evangélica, que julga que se auto-realiza afastando-se da casa do pai”. “Nas mãos de um homem assim – continuou Bento XVI, referindo-se ao paralelismo do fogo com o Espírito Santo – o “fogo” e o seu enorme potencial converte-se em coisa perigosa: pode ser dirigido contra a vida e contra a própria humanidade, como infelizmente a História demonstra. Como perene advertência estão aí as tragédias de Hiroshima e Nagasaki, onde a energia atómica, utilizada com fins bélicos, levou a semear a morte em proporções nunca vistas”.
3. A Igreja não é uma espécie de organização humanitária. A Igreja não é “um grande movimento histórico, uma sólida e complexa instituição social» ou «uma espécie de organismo humanitário”. É “um corpo vivo”, conclui o Papa. “O Espírito Santo é a alma da Igreja. Sem Ele, o que é que ficaria da Igreja? Sem dúvida seria um grande movimento histórico, uma sólida e complexa instituição social, talvez uma espécie de organização humanitária. E de facto é que dela pensam os que a olha do lado de fora da perspectiva da fé. Porém, de facto a Igreja é um corpo vivo, cuja vitalidade é precisamente o resultado do invisível Espírito Divino”. “Aquilo que o ar limpo significa para a vida biológica, é aquilo que o Espírito Santo é para a vida espiritual. E assim como existe a contaminação atmosférica que envenena o meio ambiente e os seres vivos, também existe uma contaminação do coração e do espírito, que faz mal e envenena a existência espiritual”.
Texto: Agência Ecclesia /// Fotografia: Arquivo do Vaticano