A expectativa era grande dentro do quarto… não se sabia muito bem qual seria o resultado da festa que acontecia no andar de baixo. Os soldados tomaram as suas posições e puseram-se à escuta. As prendas eram abertas uma atrás de outra, mas não saia nenhum brinquedo do meio daqueles embrulhos. Quando tudo fazia prever que não haveria surpresas, aparece o embrulho maior. Todas as crianças começam a gritar, e o Andy não pára de saltar de contente. Assustados com as crianças que irrompem pelo corredor aos gritos, os brinquedos deixam-se ficar, inertes, nos seus lugares. Quando elas saem do quarto, uma estranha figura é deixada na cama. Buzz Lightyear, o salvador da galáxia, era o novo brinquedo do Andy. Junto com o Woody, o Sr Batata e o Slinky, empreenderam grandes viagens pela vila onde Andy morava. Os rumores de que o Woody e o Buzz não se davam bem era mentira, tamanha foi a alegria com que partilharam estes dias juntos. Depois de todas as caminhadas feitas, a contagem oficial: cerca de 15 kms percorridos. Do quarto do Andy ao palácio da vila, ao museu do brinquedo, ao Pizza Planet bem no cimo da serra, um estranho lugar cheio de camas pequeninas onde o mais pequeno lobito tinha dificuldade em deitar-se, mas que serviram para receber os mais altos representantes do nosso país do antigamente.
Quando não estavam a caminhar, os quatro amigos estavam a jogar, a correr e a procurar receber o máximo da pontuação para conseguirem ganhar a corrida que tinham iniciado logo na Quinta da Regaleira, lugar mágico cheio de túneis escuros como a noite e passagens secretas para um outro mundo maravilhoso, cheio de criaturas fantásticas como os brinquedos que habitavam o quarto do Andy. Do Poço Iniciático corríamos para o Portal dos Guardiães, fazendo um desvio pela Grande Cascata (alguns desviaram-se mais que o normal e o caminho das pedras tornou-se caminho da água…) e não deixando de visitar a grande Gruta do Oriente ou a Estufa e a Gruta do Ledo. Por fim, o Palácio, local mágico cheio de quartos fantásticos, como a sala da Caça com a sua grande lareira, a Biblioteca infinita e os muitos quartos.
A alimentação e a dormida foram mais do que agradáveis. Eram os únicos momentos em que sossegávamos, que descansávamos e recuperávamos forças para as correrias seguintes. E quantas correrias fizemos ainda.
No final, os brinquedos do Andy puderam descansar, mas não por muito tempo. A próxima actividade está já aí e é preciso não perder a velocidade. Para o infinito… e mais além!
Texto e Fotografia: Ricardo Perna, Açor Vigilante