Natural de Setúbal, o Padre Daniel Nascimento tem 42 anos e foi ordenado padre em 2011. Fez o seu percurso na Diocese de Setúbal, onde sempre acompanhou de perto o Escutismo. É assistente convidado na Universidade Católica Portuguesa e está a concluir o doutoramento em Ciências Bíblicas e Arqueologia no ‘Studium Biblicum Franciscanum’, da Universidade Pontifícia “Antonianum”, em Jerusalém.
Como seminarista, o Padre Daniel conheceu um pouco melhor o Escutismo, após estagiar na paróquia do Montijo, onde fez a sua formação escutista «fiz o antigo CIP e fiz a promessa de Dirigente a 1 de maio de 2010 e, a partir daí, na minha atividade como seminarista, cheguei a ser chefe de Clã, em Azeitão. Quando fui ordenado padre passei a desempenhar a função de Assistente de Agrupamento pelos sítios onde passei, na Arrentela e na Quinta do Conde, onde estive alguns anos. Depois, a dada altura fui nomeado Assistente Regional Adjunto e desempenhei essa função durante três anos». O Escutismo foi «sendo uma grande surpresa e foi da melhor vontade que fui descobrindo a vivência e a prática do Escutismo, onde fui conhecendo muita gente boa, muita gente dedicada e empenhada. Fui percebendo que a metodologia e toda a dinâmica escutista têm muitas potencialidades evangelizadoras e de desenvolvimento e crescimento integral dos jovens. Fui-me deixando cativar por este caminho e fui também assumindo algumas responsabilidades. Toda a minha experiência escutista me fez crescer como padre e como pessoa».
Após essa passagem mais presente pelo Escutismo, deixou os cargos que tinha para frequentar um doutoramento em Ciências Bíblicas, em Jerusalém. Contudo, continuou a colaborar na formação da região de Setúbal e foi Assistente de Campo nos últimos ACANAC’S.
Apesar de não ter um percurso no Escutismo desde a infância, o Pe. Daniel já conhecia o movimento «da realidade da minha paróquia, onde eu cresci e onde fiz o meu percurso de catequese, de grupo de jovens. A paróquia tem dois agrupamentos de escuteiros, um terrestre e um marítimo, não sendo eu escuteiro, sempre cresci com muitos escuteiros à volta, que se tornaram amigos (…). Nunca fui escuteiro em criança e jovem, mas hoje se voltasse atrás certamente tomaria outras opções».
Não esperava ser nomeado para Assistente Nacional do CNE, pela Conferência Episcopal Portuguesa, foi uma surpresa e garante que «é uma grande responsabilidade, mas grande porque é uma grande associação, com muita gente. Mas grande não apenas numericamente, mas porque significa muito para a vida de muita gente». Para além disso, «é sobretudo uma responsabilidade porque há um caminho feito, que alguém já começou, já continuou. Somos herdeiros de uma tradição, não somos tradicionalistas, mas temos uma essa responsabilidade de continuar a fazer o que de bom fizeram antes de nós e não podemos deixar cair pilares fundamentais que foram sendo edificados e que se mantêm firmes no CNE e que queremos que continuem a ser firmes».
Para esta missão, assume que não tem um plano pensado mas que vem com «a humildade de quem quer aprender, mas também com a certeza que venho não tanto dar-me a mim, enquanto pessoa, com qualidades e defeitos. Certamente isso também, porque sou quem sou, mas sobretudo venho desempenhar esta missão que a Igreja me pede e também ter esta certeza que na minha missão em todas as dimensões da minha vida de Padre, e também nesta, procuro levar Jesus Cristo e o Evangelho. Espero poder ajudar a crescermos em Igreja, enquanto Comunidade Cristã que está a caminho, uns com os outros».