Tudo começou como sempre, uma ideia de um empreendimento onde o objetivo era subir ao ponto mais alto de Portugal, o Piquinho na montanha do Pico, com cerca de 2351 metros. Claro que tudo na vida traz desafios e os nossos seriam físicos, psicológicos e financeiros, porque levar 35 pessoas de avião não é barato. No entanto, tudo foi possível durante o ano escutista de 24/25, onde fizemos angariações, barraquinhas com comida, festivais, etc… Além disso, fizemos atividades, caminhadas, reflexões. Tudo isto acendeu uma chama ardente que nos unia por um propósito: subir o Pico!
Depois de tanto trabalho árduo, lá conseguimos arranjar o que era preciso e viajámos para a ilha do Faial, onde fomos incrivelmente recebidos pelo Agrupamento 171 Angústias, da Horta. Lá, já recuperados de voos e autocarros, aquela chama que acendia velinhas, agora fazia fogueiras de fogo de conselho! Era tudo: o trabalho em equipa, os risos, os momentos, as vistas, era o viver a atividade com os outros, o ser verdadeiramente escuteiro!
Fomos ao vulcão dos Capelinhos, fizemos a travessia de ferry entre o Faial e o Pico, descobrimos as vinhas da criação velha e visitámos o Museu dos Baleeiros. Dias se passaram e chegou a altura… Antes, queremos agradecer ao Agrupamento 904 de Santa Maria Madalena por nos ter acolhido, de braços abertos para tudo. Não era apenas uma caminhada, era o fruto do trabalho de um ano inteiro, de sonhos amontoados com expectativas. Felizmente, no dia 6 de setembro, com início às 8h00 e término às 16h00, a maior parte dos membros da nossa Comunidade subiu ao ponto mais alto de Portugal! Lá, houve choros, sorrisos, abraços e muitas fotos. É que «as feridas são temporárias, mas as memórias ficam para sempre!» Não subiram todos, infelizmente, mas para quem pensa que isso é sinal de abrandamento, para nós foi sinal de força e de que, além de nos levarmos às costas, levávamos também a esperança dos nossos amigos.
E foi assim que as ideias se fizeram realidade, que o trabalho se fez merecido, que o amor se fez sentir e que se viveu o escutismo! Na concretização deste empreendimento, para além do trabalho em equipa, tivemos a oportunidade de contactar e interagir com outros Agrupamentos e entidades, de reforçar a nossa ligação à nossa comunidade local, que tanto nos apoiou, bem como aos pais, que foram a prova viva de que, para tornar realidade o empreendimento dos filhos, «o dever do Escuta começa em casa». A Comunidade cresceu e expandiu os seus horizontes e cada Pioneiro foi desafiado a ser mais responsável, a assumir um grande compromisso e a tomar o seu lugar nesta grande tarefa.
«Pico: mar adentro, coração acima!»