Chegámos a Nairobi na madrugada de 1 de agosto e fomos recebidos no Santuário de Nossa Senhora da Consolata, onde tivemos oportunidade de conhecer de perto o trabalho missionário desenvolvido no país e o seu papel fundamental na formação de jovens dado que tem neste local um complexo escolar que acolhe crianças e jovens desde o infantário até ensino secundário. No primeiro dia passeámos pela capital queniana, visitámos o emblemático edifício KICC – Kenyatta International Convention Centre, com vista panorâmica para toda a cidade.
No domingo, 2 de agosto, o nosso grupo teve oportunidade de se juntar aos escuteiros do Quénia, no campo nacional de Rowallan onde decorria uma atividade nacional com 6000 Escuteiros. Neste campo em que está localizada a sede nacional, fomos recebidos pelo Chefe Nacional dos Escuteiros do Quénia e acolhidos pelo grupo de Rovers (Caminheiros) do Starehe Ekiya Rover Crew com quem partilhámos experiências e vivências escutistas confirmando que apesar das línguas diferentes temos em comum o grande legado de Robert Baden-Powell – o Escutismo, movimento mundial que fundou no inicio do sec.XX.
Os dias seguintes foram dedicados ao contacto com a riqueza natural e cultural do país com uma visita ao orfanato de elefantes da Fundação David Sheldrick Wildlife Trust, à fábrica de missangas da tribo Masai, ao centro de conservação das girafas Rothschild e à sede do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em Nairobi. Todas estas instituições têm como missão despertar consciências para conservação e proteção da natureza e do mundo que nos rodeia.
A viagem levou-nos depois para Nyeri, onde os Pioneiros viveram uma experiência única com os escuteiros locais, incluindo a visita a Paxtu, a última casa de Baden-Powell e ao seu túmulo no Jardim histórico de Baden Powell e onde nos foi concedido o privilégio de plantar quatro árvores, uma por cada equipa e pelos dirigentes. Em Nyeri, visitámos também a plantação de café fundada pelos Missionários da Consolata em 1904, como estrutura de apoio ao papel da missão e apoio ao desenvolvimento das comunidades.
De regresso a Nairobi, o programa prosseguiu com momentos de contacto com a impressionante biodiversidade do Quénia: no Parque Nacional Hell’s Gate, no Lago Naivasha e com a realização de um safari na Reserva Natural do Lago Nakuru, conhecida pela sua variedade de aves e fauna selvagem, locais onde tivemos oportunidade de observar, entre outros, girafas, leões, rinocerontes, hipopótamos, impalas, macacos, zebras e tantas aves, no seu habitat natural e selvagem, numa paisagem deslumbrante.
Um dos pontos altos deste projeto foi a viagem a Rumuruti, vila mais a norte do Quénia, onde os nossos escuteiros viveram em espírito de missão. Além do convívio com a comunidade, os Pioneiros levaram cerca de 440 kg de bens doados que entregaram à Paróquia de Rumuruti. Estes bens incluíam materiais escolares, roupa e calçado, mochilas, equipamento desportivo, lembranças e livros de Fátima, proporcionando um apoio concreto a famílias locais e permitindo a divulgação da Mensagem de Fátima. Contámos um pouco da história dos Pastorinhos, Jacinta e Francisco Marto na catequese e oferecemos livros para que continuem a contá-la, oferecemos os livros das memórias da Irmã Lúcia e, esta missão culminou com a participação na Eucaristia dominical naquela comunidade onde, num gesto de fraternidade e comunhão, oferecemos uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Este grande empreendimento, idealizado com dedicação pelos Pioneiros do Agrupamento de Fátima, foi muito mais que uma viagem. Foi uma experiência transformadora de missão, serviço e encontro, onde se estreitam laços de solidariedade e se confirma a universalidade do Escutismo.
O Projeto Kenya foi possível concretizar graças também à contribuição de empresas e Associações assim como da Câmara Municipal de Ourém, da Junta de Freguesia de Fátima, do Santuário de Fátima e da Paróquia de Fátima, da Junta Regional de Leiria-Fátima e de toda a comunidade de Fátima. Durante 4 anos de preparação, em que se realizaram angariações de fundos e bens, sempre responderam com generosidade pelo que a todos endereçamos a nossa imensa gratidão.
Um agradecimento especial aos Missionários da Consolata que nos acompanharam na preparação da atividade e nos acolheram no Quénia com espírito fraterno, fazendo-nos sentir em casa.
Voltámos felizes, mais ricos com esta experiência e com sentimento de missão cumprida!