São Nuno de Santa Maria foi, desde sempre, o patrono do movimento escutista católico português, por congregar estas duas caraterísticas tão queridas ao escutismo: a cidadania e a fé.
Desde cedo que o jovem Nuno aprendeu a lidar com a sua missão, ser cavaleiro, à maneira de Galaz, o cavaleiro que, nas lendas da cavalaria, chegou ao Santo Graal, por ser um homem justo e temente a Deus.
Mas, o jovem cavaleiro, não deixa de ser mesmo um percursor num dos conceitos fundamentais da vivência democrática de hoje, o conceito de Pátria, “não posso trair esta terra que me viu nascer”, dizia ele a sua mãe quando esta, a pedido do rei de Castela, o tentava chamar para o outro lado da contenda. Esta verticalidade na defesa da sua terra, não cedendo a outros interesses ainda que fossem muito atraentes, valeu-lhe a admiração de todos os portugueses ao longo dos tempos.
Este Nuno “madruga”, como era conhecido entre os castelhanos, por se levantar muito cedo, ocupavas as primeiras horas do seu dia com a oração, pedindo sempre a intercessão da Virgem para que o seu dia fosse sempre marcado pela vivência dos valores cristãos.
Quando chegou a altura em que o perigo da intervenção estrangeira no reino estava ultrapassada, Nuno converteu-se num humilda frade dedicado à caridade e ingressou, no dia 15 de Agosto de 1423, no convento que ele próprio mandara construir, este libertar-se dos valores terrenos para se dedicar aos valores do Reino de Deus, na pessoa dos pobres e dos faminto é um exemplo impressionante que levou D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa, a afirmar que “Nuno Álvares é a cidadania em pessoa”.
Tudo isto transforma o Condestável num homem dos nossos dias, e como gostaríamos que ele pudesse responder ao apelo dos Escuteiros “Valei à Terra de Portugal”!
Texto de: Carlos Alberto Pereira. Imagem de: CNE.