Momentos de grande euforia antecederam a chegada do Santo Padre ao Parque Eduardo VII, em veículo aberto o Papa foi saudado pela multidão que se concentrou desde a Avenida da Liberdade.
O cardeal-patriarca foi quem deu as boas-vindas ao Papa, na cerimónia de acolhimento da JMJ Lisboa 2023, apontando a um mundo mais “solidário e fraterno”.
“Estou certo – com todos os meus irmãos do episcopado e da Igreja que está em Lisboa e em Portugal – que a Jornada Mundial da Juventude que juntos viveremos nestes dias, corresponderá ao vosso constante apelo para um mundo mais solidário e fraterno, como a verdade evangélica reclama e a humanidade mais anseia”, afirmou D. Manuel Clemente.
“Muito obrigado, Santo Padre, porque desde que vos propusemos realizar aqui a Jornada Mundial da Juventude, sempre acolhestes e correspondestes ao nosso convite com a melhor boa vontade e incentivo”, salientou.
Por fim D. Manuel Clemente deixou um “Muito obrigado, Santo Padre. Bem-vindo à nossa casa comum! Bem-vindos, também, todos vós, peregrinos desta Jornada! Aqui vos trouxe uma igual vontade de encontro, partilha e celebração do que mais vos move no caminho dum futuro solidário e fraterno, em cada povo e entre todos os povos”.
Centenas de milhares de pessoas, que encheram e animaram desde cedo o local, assistiram diversos momentos de dança e música. Subiram ao altar palco especialmente preparado para esta Jornada, Héber Marques, do grupo HMB interpretou uma música, acompanhando o desfile inaugural de 180 bandeiras.
Buba Espinho, juntamente com Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento, apresenta ao Papa e aos peregrinos dos cinco continentes, o cante alentejano e a fadista Mariza o fado. Tiago Bettencourt apresenta um tema original, acompanhado de 50 bombos de várias aldeias do Fundão.
A cerimónia contou ainda com a participação do Coro e Orquestra da JMJ Lisboa 2023 e ainda do Coro ‘Mãos que cantam’, contabilizando mais de 300 pessoas.
De seguida o Papa Francisco iniciou o seu discurso com uma reflexão sobre a importância do nome e do ser reconhecido como pessoa física.
“Muitos, hoje, sabem o teu nome, mas não te chamam pelo nome. Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, apenas a tua utilidade para pesquisas de mercado” afirmou o Papa.
“Quantos lobos se escondem por trás de sorrisos de falsa bondade, dizendo que conhecem quem és, mas sem gostar de ti, insinuando que acreditam em ti e prometendo que serás alguém, para depois te deixarem sozinho, quando já não lhes fores útil”, reforçou.
“Se Deus te chama pelo teu nome significa que, para Ele, nenhum de nós é um número, mas é um rosto, é uma cara, um coração”, acrescentou com convicção.
O Papa agradeceu as “perguntas dos jovens” – antes da celebração, foram lidas cartas de jovens, em várias línguas, revelando as suas dificuldades na vida em sociedade e na Igreja.
No final dirigiu-se a todos “Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos às falsidades e a palavras vazias: na Igreja há espaço para todos, para todos. Na Igreja ninguém está a mais, ninguém é demais, há espaço para todos, assim como somos, todos”, desafiando os jovens a repetir, nas suas línguas “todos, todos, todos”.