Quem passasse por Dornelas do Zêzere, Unhais-o-Velho, Fajão, Janeiro de Baixo e Pampilhosa da Serra poderia sentir a presença dos Caminheiros e Companheiros do CNE. O valor do trabalho realizado aliado à animação e dinâmica tão caracterísitica dos jovens é por todos reconhecido.
“Valorizo o trabalho que tiveram cá, é realmente de elogiar”. Nas conversas de café a presença dos escuteiros e os trabalhos por eles realizados são discutidos com entusiasmo. Num ponto todos concordam: a vinda dos escuteiros até estas paragens foi extremamente positiva, não só pelo trabalho desenvolvido mas também pela interacção e partilha que existiu entre todos; por dias diferentes que quebraram a rotina do quotidiano de povoações envelhecidas e em avançado processo de desertificação.
Por montes e vales escutam-se os ecos deixados pelos caminheiros e companheiros, que com a sua alegria exuberante contagiaram as povoações por onde passaram. O impacto da sua disponibilidade para servir, e do esforço empregue em todas as acções desenvolvidas, ecoa nas palavras dos habitantes com quem nos cruzamos. Estes foram, sem dúvida, dias inesquecíveis, dias de crescimento na disponibilidade de acolher e servir o próximo.
Na memória dos participantes para sempre ficarão as memórias da fraternidade do ar livre e do serviço, que aqui puseram em prática; as memórias de um povo que os acolheu fraternalmente, de braços abertos e sorriso nos lábios, com um olhar brilhante, repleto de orgulho pela sua terra, orgulho pela sua memória e tradição e pela possibilidade de a partilhar com tantos jovens.
Na memória dos habitantes destas freguesias, mais do que património recuperado ou construído, mais do que margens de ribeiras e rios limpos, mais do que a animação juvenil, fica um exemplo de alegria e vivacidade, um exemplo de disponibilidade, um exemplo de prontidão no serviço, um exemplo de partilha. “Vocês vêm com vontade de mudar as coisas e deixar uma marca da vossa passagem, é sempre bom ver isso”.
Chegou a hora de partir, a hora da nos separarmos destas populações, seguros do trabalho realizado e das vivências partilhadas, certos de um dia aqui voltarmos, recordando tudo o que se passou. “Agora que partem fica um bocado de saudade e tristeza porque já tinhamos uma amizade com eles”. Neste momento, quando todos se dirigem às margens da barragem de Santa Luzia, é tempo de união e celebração. É tempo de celebrar as amizades formadas, os trilhos percorridos, o serviço realizado. É tempo de celebrar a IV secção!
Texto e Fotografia: Equipa do Jornal de Campo “Rover” /// Diário Fotográfico do Rover 2010 /// Download Jornal de Campo – Edição 5