Em Ferreira do Zêzere, o 23.º acampamento da região de Lisboa reúne, entre 1 e 8 de Agosto, cerca de dois mil escuteiros, provenientes de todos os núcleos. O bivaque, situado numa zona de mato e pinhal, está dividido nas secções correspondentes à faixa etária dos participantes – dos mais novos aos mais velhos: Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros. Ao aterrarem no planeta Zezeruz, os tripulantes da nave Allis Ubba vão descobrir as potencialidades dos seus sete territórios. É este o imaginário concebido para alimentar o tema do encontro “Homens novos para uma nova humanidade”.
Os dois primeiros dias foram ocupados com a montagem das tendas e do equipamento. Neste Domingo, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, presidiu à missa. Embora as quatro secções sejam independentes, alguns espaços são comuns, como é o caso da zona onde se realizam as actividades náuticas, no lago formado pela barragem de Castelo de Bode. O programa desenrola-se dentro do campo e no exterior. Os Caminheiros, por exemplo, estão a fazer uma recolha das características da região em termos culturais e gastronómicos. O roteiro será posteriormente entregue às entidades civis. Outros jovens têm-se ocupado com a exploração do local, que pela primeira vez está a ser utilizado num evento desta dimensão. Todas as secções são acompanhadas por pelo menos um padre. Os responsáveis pretendem que a espiritualidade cristã, alimentada por reflexões diárias, esteja presente durante todo o encontro. Um dos objectivos principais do acampamento é contribuir para a assimilação de boas práticas. Em entrevista à Agência ECCLESIA, o Chefe Regional de Lisboa espera que o entrosamento e a troca de experiências entre os “irmãos escutistas”, assim como a execução das diversas actividades, ajudem os jovens a estruturar a sua personalidade, o que se reflectirá nos seus agrupamentos de origem e na vida pessoal.
Embora se registe uma queda de cerca de 300 participantes em relação à última edição, realizada em 2004, José Carlos Oliveira está satisfeito com esta “importante” presença de jovens, que se situa dentro da média para este tipo de actividades. A área onde decorre o acampamento foi cedida pela Câmara Municipal de Ferreira do Zêzere ao Corpo Nacional de Escutas, por um período de 50 anos. O espaço foi atribuído aos escuteiros da região de Lisboa, que já construíram uma casa onde funciona a recepção, o posto médico e os balneários. A superfície disponível é actualmente de dez hectares, mas no futuro chegará aos vinte e cinco. Os responsáveis pretendem continuar a construção das infra-estruturas e criar condições para que a zona possa ser visitável por toda a população.
Texto: Flor de Lis