«Construam o futuro, nunca esqueçam na vossa vida que são escuteiros»

A Flor de Lis esteve à conversa com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua visita ao ACANAC, para perceber a importância que o Escutismo e o voluntariado têm na atual sociedade portuguesa.

Esta é a segunda visita a um Acanac. Alguma coisa mudou desde a última edição?

Sim, primeiro mudou o momento, o tempo. Tivemos uma pandemia e agora há um duplo sentimento de libertação, não tínhamos experimentado isso há cinco anos. Agora experimentámos e vimos mais livres, mais ansiosos de Natureza, de encontro, de partilha e isso faz a diferença.

Em segundo lugar está mais preparado, mais organizado, mais estruturado do que há cinco anos. […] E estou muito impressionado com a organização. É verdade que o município também ajudou […], mas é sobretudo mérito vosso. Muito bem organizado desde o início e muito promissor em termos de estado de espírito daquilo que vi da reação das pessoas. Foi calorosa das duas vezes, mas desta vez havia o calor do reencontro das pessoas, a nível nacional, e havia o calor de olhar para o futuro, na ideia de ser um novo começo, um recomeço, coincidindo com os 100 anos, é mesmo um recomeço! Porque 100 anos é uma linda idade, mas o espantoso é ao fim de 100 anos eu encontrar uma juventude que não se encontra quando se tem 100 anos de vida… Nos Dirigentes, mas no geral em todos os escuteiros. 

Na sua opinião, acha que de facto os jovens têm um papel importante no amanhã? 

É evidente, já têm no presente. O que faz a diferença em Portugal, no Mundo, na Europa, mas sobretudo em Portugal que é uma sociedade envelhecida, são e têm de ser os jovens. Porque eles têm um dinamismo que obviamente numa sociedade envelhecida os mais velhos não têm. E estão a assumi-lo, e aí é que é um papel importante do Escutismo, e sobretudo do Escutismo católico, todo ele significa serviço, mas no Escutismo católico é duplamente serviço, faz parte da mensagem cristã. 

São muitas as horas de voluntariado para que este acampamento aconteça. Acha que de facto o voluntariado faz diferença na sociedade?

Fez, na pandemia. […] Quando saíam com risco voluntários para a rua, para que não parasse o resto da sociedade. E está outra vez a fazer a diferença neste ambiente de guerra, nos sacrifícios económicos, sociais e financeiros, de muita gente. São outra vez os voluntários que estão a apoiar em matéria alimentar, de mobilidade de circulação das pessoas mais velhas, de prestação de serviço sanitário ou sociais. Portanto, o voluntariado é uma aposta de futuro e uma aposta dramática em sociedades envelhecidas.

Que mensagem gostaria de deixar aos 18 500 escuteiros que participaram no Acanac?

Primeiro vocês deviam pensar e agradecer aqueles que fizeram 100 anos de História do Corpo Nacional de Escutas, senão vocês não estavam aqui. Em segundo lugar, olhem para o futuro, construam o futuro, nunca esqueçam na vossa vida que são escuteiros. Uma vez escuteiro, toda a vida escuteiro. Quando hesitarem entre o egoísmo e o serviço dos outros, escolham sempre o serviço dos outros. 

Entrevista: Cláudia Xavier

Fotografia: António Rendeiro

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