Caminheiros rumaram a Griebal onde desenvolveram atividades de teor físico e espiritual em busca do Homen Novo.

O “Rumo ao Alto” foi uma atividade organizada pela SPIVO (Secretaria Pedagógica da 4 Secção do Oeste). Consistiu numa atividade passada em Griebal (Centro Escutista Espanhol perto dos Pirineus), onde fizemos imensas atividades, tanto de teor físico como espiritual e que foram orientadas principalmente para a nossa evolução enquanto caminheiros rumo ao Homem Novo.

Esta atividade foi um pouco diferente das outras pois começou muito antes nas angariações de fundos feitas pelos clãs que constituiam o SubCampo Piloto, Milharado, Freiria e Encarnação. Um terço do valor da viagem tinha de ser paga através de angariações de fundos organizadas pelo SubCampo, que passaram por vender 6.500 parrameiros num fim de semana e um jantar, o Clã do Milharado colmatou os restantes dois terços com as vendas de pão e legumes. Estas angariações de fundo foram uma espécie de quebra gelo prolongado, pois mesmo havendo várias atividades de núcleo durante o ano, entre estes clãs houve uma vivência muito maior.

A atividade em concreto começou quando fomos de autocarro diretos para Griebal, o nosso ponto de partida foi CEO (Campos Escutista do Oeste) e lá fizemos o check-in e participamos na missa de envio, onde dava para sentir o entusiasmo de todos os caminheiros e chefes presentes em relação à atividade que aí vinha. A viagem de ida demorou cerca de 14 horas e foi muito animada, com os elementos dos vários clãs a cantarem e a viverem aquele momento como se fosse único, apesar de este ser o suposto momento mais “secante” da atividade.

À chegada fomos confrontados com o nosso primeiro desafio, a subida até ao campo. Tivemos a sorte de nos levarem as mochilas maiores em carrinhas para o campo, mas esta subida foi apenas um “cheirinho” do que ai vinha.

No dia seguinte tivemos de acordar as 4h da manhã para irmos fazer aquilo por que todos estávamos a espera, a subida aos Pirineus. Ao chegar ao sopé da montanha parámos em círculo e fizemos a oração da manhã, para nos prepararmos para a caminhada que íamos ter pela frente.

Ao início estavam todos cheios de vontade pois durante o caminho conseguíamos ver o topo da montanha, mas a tarefa foi mais árdua do que estávamos a espera. Foram 7 horas de esforço a subir a montanha, o que foi difícil para todos. Tanto fisica como mentalmente esta caminhada foi desafiante e sem dúvida isso fez-nos ficar mais fortes e fez-nos desprender um pouco mais da realidade do nosso dia-à-dia e aproveitar melhor a atividade.

Na chegada ao topo o sentimento de realização foi mutuo e apesar de cansados nunca perdemos o espirito que nos fez nunca desistir durante a subida. Montamos campo perto do lago Marborés e obviamente que fomos tomar banho, porque apesar da àgua estar gelada e ainda se conseguir ver neve, estava muito calor e depois de uma caminhada intensa só queríamos relaxar e tomar um bom banho.
Depois celebramos missa no topo da montanha, fizemos umas dinâmicas preparadas pelos chefes, jantamos e fomos dormir. Alguns de nós, antes de jantar, foram a um abrigo ainda mais perto do pico da montanha que era situado exatamente na fronteira entre Espanha e França e assim já poderam dizer que foram a três países diferentes.

No dia seguinte, acordamos muito cedo de novo, para apanharmos o tempo mais fresco na descida e depois de tudo desmontado partimos. A descida foi ligeiramente mais fácil porque já sabíamos o que aí vinha e “a descer todos os santos ajudam”.

No fim da descida, não fomos diretamente para o autocarro que nos levaria a campo mas, mais uma vez fomos tomar banho nas Cascatas de LaLari e depois almoçar. Quando chegamos a campo estávamos estoirados e só queríamos descansar, portanto quando o último SubCampo chegou, jantamos todos e fomos dormir.

No dia a seguir tivemos o serviço, onde de manhã fomos oficialmente apresentados ao staff do Campo Escutista de Griebal e de tarde fizémos serviço. Este foi basicamente melhorar as infraestruturas do campo, que ainda está em desenvolvimento e como SERVIR faz parte de todas as atividades dos caminheiros, procuramos fazer o melhor possível aquilo que nos foi pedido. Nessa noite tivemos a exposição do Santíssimo, mas foi algo diferente do habitual, pois assistimos a um pequeno teatro que fazia parte do imaginário, para nos ajudar a fazer uma introspeção em relação àquilo que era bom e mau na nossa vida. E no momento da exposição do Santíssimo cada um punha-se de joelhos em frente da Cruz e teria uma conversa com Deus em relação a si próprio, para conseguir ver as coisas e os problemas com outra perspectiva.
No dia seguinte foram feitas atividades radicais como rafting, canyoning e canoagem, que foram seguidas pelo fogo de concelho, com peças preparadas pelos caminheiros e depois fomos comer o famoso chouriço assado que é quase uma tradição nos caminheiros.

No último dia assistimos a fóruns e a dinâmicas realizadas pelos chefes, seguido da missa para finalizar a atividade. E partimos para casa. Na viagem de volta visitamos uma Ainsa, uma vila próxima de Griebal, onde discutimos os pontos positivos e negativos da atividade.

Para mim todas as atividades são únicas e aprendemos sempre alguma coisa, mas o “Rumo ao Alto” fez-me crescer muito e de certa forma orientou-me para aquilo que realmente quero, o que fez com que ficasse mais próximo do caminho para a minha felicidade. Isto fez-me questionar, se iriam haver mais atividades como o “Rumo ao Alto”, aos outros picos da Europa ou até do resto do mundo.

Texto de: Bernardo Campos. Fotografia de: Agrupamento 1188.

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