Este é o primeiro artigo de um conjunto de artigos em que se irá refletir sobre Lei do Escuteiro, a partir da explicação que o próprio Baden-Powell apresentou aos caminheiros, no livro que lhes dedicou: A Caminho do Triunfo, editado pela primeira vez em 1922.
A Lei é composta por dez artigos que constituem o quadro de valores que todo o escuteiro procura interiorizar para, por eles guiarem as suas vivências na relação que estabelecem com o seu próprio “eu”, com os outros, com a natureza e com Deus, tornando-se, desta forma, um código de conduta, de ação.
1º artigo – A Honra do Escuta inspira confiança
«Como Caminheiro não há tentação, por forte ou secreta que seja, que te leve a praticar uma ação má ou menos limpa, embora mínima. Não renegarás a promessa que uma vez fizeste. “A palavra dum Caminheiro vale pela sua assinatura”. “A verdade, só a verdade para o Caminheiro”.»
Este artigo convoca sentimento do dever, da dignidade e da justiça que devem estar ligados a todas as ações do escuteiro, na sua vida quotidiana, pois, só ela é capaz de gerar a confiança dos outros concidadãos. A imagem do velho Egas Moniz que se propôs honrar a sua palavra com a sua própria vida (e com a dos familiares) é a metáfora humana mais expressiva do valor da honra.
É certo que o relativismo crescente dos nossos dias parece contradizer este valor, mas, aqui, tal como nos valores universais, não são admissíveis níveis intermédios, isto é, ou se é honrado ou se não é, não há comparativos possíveis para a honradez, a não ser para exemplos da velha gramática. Todos nós sabemos que hoje, tal como no passado, às suas afirmações o ditado popular «palavras, leva-as o vento».
Por isso, cada vez mais é necessário viver, sim vinco “viver” e não “falar” com crianças e jovens este conjunto de ações e qualidades que faz com que alguém seja respeitado pelos outros e se torne um exemplo de vida que perdurará nas gerações do futuro.
Texto de: Carlos Alberto Pereira. Fotografia: Direitos Reservados.